O dirigente e cabeça de lista do BE pelo círculo do Porto, João Semedo, considerou, esta segunda-feira, o programa eleitoral do PSD "brutal para a vidas das pessoas" e "um programa de terrorismo social".
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Numa conferência de imprensa, no Porto, em que apresentou as propostas bloquistas sobre as parcerias público-privadas, João Semedo, sustentou que os sociais-democratas pretendem "ir mais longe do que o acordo firmado com o FMI", a União Europeia e o Banco central Europeu, para ajuda financeira a Portugal.
"Já tinha sido assim com o PEC IV", acrescentou.
O dirigente do BE abordou depois a privatização parcial da CGD, defendida pelo PSD, considerando que tal "significava abdicar de um importantíssimo instrumento de condução da política económica e financeira" do país.
No que toca à redução da Taxa Social Única, que os sociais-democratas também propõem, João Semedo afirmou tratar-se de "um brinde aos empresários", pois pode comprometer a sustentabilidade da segurança social, "para mais tarde o PSD vir propor a substituição de um sistema público por um sistema privado".
O programa do PSD também mostra "muita clareza" face ao trabalhos e aos trabalhadores, pois pretende "reduzir, limitar e aniquilar os direitos fundamentais de quem vive e ganha a vida a trabalhar".
"Pedro Passos Coelho transforma o trabalho temporário em regra", afirmas João Semedo, acrescentando que o PSD quer "diminuir o valor do trabalho extraordinário, obrigando o trabalhador a escolher ou a remuneração ou a folga".
Segundo João Semedo, isto "significa embaratecer o trabalho".
O cabeça de lista do BE pelo Porto falou também do "tributo solidário", proposta que o PSD incluiu no seu programa e que "não considera o subsídio de desemprego um direito que se conquistou ao longo de uma vida de trabalho".
"Para nós, o subsídio de desemprego é um direito, não é seguramente um bónus que o trabalhador deva receber por ter perdido o seu emprego", argumentou João Semedo.
O dirigente comentou, ainda, "um aspecto particularmente grave: o programa, em absoluto, privatizador do Serviço Nacional de Saúde, não apenas da actividade hospitalar mas também dos cuidados primários de saúde, admitindo que centros de saúde e unidades de saúde familiar possam ser transformados em organizações privadas".
No plano social, João Semedo entende que "o PSD pretende transformar o rendimento social de inserção numa distribuição de géneros através das instituições particulares de solidariedade social, o que é transformar a política pública social em misericórdia e em caridade institucional".
"O BE está contra isso e defende que o Estado deve ter políticas sociais", completou.