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Rui Rio, vice-presidente do PSD e recandidato à Câmara do Porto, destacou, ontem, que "autárquicas e legislativas são coisas completamente diferentes", recusando reflexos negativos nas eleições locais da derrota assumida por Ferreira Leite. A Distrital do Porto foi mais longe e, além de prometer novas vitórias nos municípios, afastou qualquer responsabilidade no resultado de ontem e defendeu o fim do cavaquismo. Para Luís Filipe Menezes, esta "não é uma derrota dos autarcas".
Depois de Ferreira Leite ter falado de um ciclo eleitoral "prolongado" até 11 de Outubro, Rui Rio ressalvou que hoje arranca a campanha para uma eleição diferente, em que estão "envolvidas milhares de pessoas". Além disso, referiu que esta derrota nacional apenas prejudicará as autárquicas se influenciar "as pessoas que não votam em conteúdos". E após 11 de Outubro? "Será convocado um Conselho Nacional", disse, cauteloso, o candidato à Câmara do Porto, que tem procurado fazer passar a mensagem de que não troca o concelho pela liderança.
Ao JN, Menezes também afastou a ideia de que pode abandonar Gaia, prometendo "cumprir o mandato de quatro anos". Mas reclamou "uma mudança de geração ao nível da direcção e da classe dirigente" do PSD. "Tudo farei para que encontre uma liderança que o ajude a ser um grande partido alternativo", prometeu. O resultado era "previsível", disse Menezes. E "nada que não tivesse avisado". Porém, "esta não é uma derrota dos militantes, nem dos autarcas, que terão uma estrondosa vitória como nas europeias". É, sim, "desta Direcção" que "demonstra que não percebe o partido e o país". É um PSD "sem ideologia, programa ou iniciativa".
Para Marco António Costa, líder do PSD/Porto, é preciso "terminar com todas as reminiscências e influências do cavaquismo". Defende "um corte geracional nas suas elites dirigentes". E, nas autárquicas, promete novas vitórias no distrito. Quanto às legislativas, recusa "qualquer tipo de responsabilidade no resultado" e diz que teria sido bom "se a campanha fosse só no Porto".