Carlos Queiroz apresentou três defesas direitos diferentes nos três jogos disputados no Campeonato do Mundo. E tudo indica que voltará à primeira forma. Amanhã, frente à Espanha, Paulo Ferreira deve reencontrar-se com a titularidade.
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Durante a campanha de apuramento para o Mundial 2010, e mesmo na aproximação à fase final do torneio, muitos apontavam o lugar de defesa-esquerdo como calcanhar de Aquiles da selecção. Cumprida a fase de grupos, Coentrão é um dos melhores da prova e as dúvidas mudaram de lado...
Paulo Ferreira alinhou de início na estreia das quinas na África do Sul, não se saindo nada mal, apesar de ter tido muito trabalho, colocado à prova pelo ataque possante da Costa do Marfim.
No segundo jogo, Miguel teve a oportunidade de jogar, num dia em que Portugal precisou de atacar pelos flancos, para contrariar a organização defensiva da Coreia do Norte.
Face à exigência do último encontro no Grupo G, com o todo-poderoso Brasil do outro lado da barricada, o seleccionador optou por lançar Ricardo Costa, um jogador capaz de fechar o flanco e ajudar no eixo, pois a sua posição de raiz é no centro da defesa. A estratégia resultou sempre, visto que Portugal ainda não sofreu golos na competição.
No próximo teste, a fiabilidade defensiva é uma armas de Carlos Queiroz para ultrapassar a Espanha. O treinador não se cansa de dizer que as equipas que chegam às finais do Campeonato do Mundo têm como principal característica a impecável mecânica defensiva. Ora, atendendo ao enquadramento do encontro de amanhã, é matar ou morrer. Paulo Ferreira deve mesmo avançar, porque não será necessária uma unidade tão defensiva como Ricardo Costa, nem arriscar num lateral tão atacante como Miguel. A solução está no meio termo, onde encaixa bem o defesa campeão europeu pelo F. C. Porto.
O seleccionador tem mexido na equipa consoante o adversário. E é inevitável que o mesmo aconteça no regresso à Cidade do Cabo. As dúvidas residem, sobretudo, no meio-campo. Depois de uma estreia positiva na sexta-feira, Pepe deve continuar no ponto mais defensivo de um sector onde a grande dúvida é mesmo a questão de Deco. Tiago tem demonstrado estar a um nível excelente e o luso-brasileiro regressa após um período de recuperação física. Mas Deco é... Deco. E Carlos Queiroz explicou, logo a seguir às polémicas declarações do craque, que tudo está ultrapassado. Se Tiago conservar o lugar no onze, tal ficará a dever-se à qualidade exibicional demonstrada nos dois últimos desafios, nunca resultará de qualquer espécie de castigo ao luso-brasileiro.
No ataque, dois jogadores têm lugar garantido: Simão e Cristiano Ronaldo. O galáctico do Real Madrid voltou a afirmar, após o jogo com o Brasil, que prefere jogar acompanhado.
Pois bem, Carlos Queiroz, tudo indica, vai fazer-lhe a vontade, voltando a alinhar com um ponta-de-lança. Hugo Almeida é o candidato número um a ocupar a vaga.