PSD e CDU visitaram Centro Histórico. Rui Rio mostrou o que fez e Rui Sá o que está por fazer.
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O PSD e a CDU calcorrearam o Centro Histórico do Porto. O social-democrata Rui Rio desceu Mouzinho da Silveira até à Ribeira para mostrar prédios em obras, enquanto o comunista Rui Sá apontou na Sé os edifícios vazios e em degradação.
A reabilitação do coração da cidade é uma prioridade comum aos dois candidatos à presidência da Câmara do Porto, mas possuem visões opostas sobre a forma como o objectivo pode ser cumprido. Rui Rio, que iniciou a viagem no quarteirão recuperado em Carlos Alberto, fez, ontem de manhã, contas aos "mais de 300 imóveis em obras" e aos processos para reabilitar cerca de 700 edifícios que aguardam o aval final da Porto Vivo, lembrando o passado de abandono durante a gestão socialista. Já Rui Sá denunciou o abandono presente no edificado da Sé nos últimos oito anos de governação PSD/PP.
"Fico satisfeito quando comparo com o que existia há oito anos. A diferença é abismal", sustentou Rui Rio, certo de que, dentro de alguns anos, "haverá muito mais gente de todos os estratos sociais a habitar a Baixa". Embora reconheça que os preços das casas são hoje "um pouco mais altos do que seria de esperar", o candidato do PSD/PP defende que os valores baixarão quando houver maior concorrência e conhecimento nesta área da reabilitação. Por outro lado, realçou que, com a demolição do Aleixo, 20% dos inquilinos serão realojados na Baixa.
"Os preços tendem a baixar. Não depende do presidente da República, do primeiro-ministro nem do presidente da Câmara. É um processo da economia", argumentou Rio: "Não se está à espera de que eu vá subsidiar o mercado e dê subsídios às pessoas para alugarem ou comprarem casas".
Nas ruas da Sé e de S. Nicolau, Rui Sá crê que Rui Rio nada tem para mostrar. A não ser dezenas de imóveis vazios e em degradação, propriedade da Autarquia e da extinta Fundação para o Desenvolvimento da Zona Histórica do Porto. "A Câmara expulsou os inquilinos para os bairros da periferia e deixou os prédios devolutos" para vender a privados e "substituir os antigos moradores por outros com maiores posses", acusa o candidato da CDU.
"O modelo da Porto Vivo não é adequado à reabilitação do Centro Histórico. Tem de ser feita, fundamentalmente, com dinheiros públicos e através de um modelo de proximidade como o do antigo CRUARB. A cidade perdeu um terço dos habitantes nos últimos 25 anos, enquanto o Centro Histórico perdeu mais de metade", adianta o comunista. Porém, os números da demografia não reúnem consenso entre os candidatos, em particular a afirmação da socialista Elisa Ferreira de que saem 18 pessoas por dia do Porto.
"Não sei onde foi buscar essas contas, pois, quando consultamos os cadernos eleitorais, vemos que o Porto teve uma baixa de 3100 eleitores entre 2005 e 2009", contrapõe Rui Rio, que, ao lado dos candidatos do PSD/PP às quatro juntas da Zona Histórica (território onde os socialistas lideram todas as juntas), trocou cumprimentos pelas ruas da Ribeira.