Rui Moreira, eleito este domingo presidente da Câmara, considerou que a sua vitória foi uma prova de que o Porto "não se deixou influenciar por promessas irresponsáveis" ou por quem tentou "impedir" a sua candidatura. E prometeu agora dar o exemplo ao país de que é possível fazer política de forma diferente e que os partidos têm de mudar.
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"É mais uma vez do Porto que daremos o exemplo a Portugal", afirmou Rui Moreira, prometendo cumprir todas as promessas que fez desde que lançou a candidatura, em março.
"Dissemos, desde o primeiro dia, que não somos contra os partidos, mas os partidos não têm estado bem. E esta eleição é um sinal claro do Porto de que é possível fazer diferente e de que os partidos têm eles também de ser diferentes", defendeu o vencedor destas autárquicas, numa sede repleta e em êxtase.
Nestas eleições, ressalvou Moreira, "pela primeira vez, o partido que venceu na cidade foi o Porto".
"Se votaram em nós, foi para romper com o atual estado de coisas em que são sempre os mesmos que, permanentemente, estão nos corredores do poder, gerindo compadrios e desperdiçando recursos públicos de todos nós", atacou aquele independente.
"E é, por isso, que vamos cumprir tudo aquilo que prometemos. Mas nós sabíamos o que podíamos prometer", continuou, numa indireta a Luís Filipe Menezes, a quem acusou durante a campanha de fazer promessas inconcretizáveis.
No seu discurso, foi a Manuel Pizarro que Rui Moreira se referiu. Logo no início da intervenção, quis saudar o candidato do PS "pela dignidade da sua declaração" após perder a corrida para o Porto. Porém, quando questionado sobre a eventualidade de acordos para garantir a governabilidade, remeteu para uma análise mais completa e conclusiva dos resultados.
Rui Moreira criticou, depois, aqueles que, desde o início, tentaram "impedir" a sua candidatura e "condicionar" os seus apoiantes. Os alvos foram desde "as mais altas individualidades do Estado", até comentadores de televisão e de jornais, que "tentaram intoxicar a população".
"Esqueceram -se também eles que estavam a falar para o Porto, e o Porto é diferente", defendeu Moreira.