As primeiras horas do festival Optimus Alive desenrolaram-se com uma certa serenidade, sem a anormalidade habitual deste tipo de certames à excepção de um fulano que circulava com um caixote dourado na cabeça.
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Esperam-se cerca de 45 mil durante a primeira noite e muitos deles oriundos do outro lado da fronteira. Ao final da tarde já era visível a profusão de adventícios, sobretudo ingleses já devidamente tostados pelo sol, com um escarlate que até fazia ui. Era vê-los em grupos de 10 ou 15, uma cerveja em cada mão, eles com t-shirts dos Stone Roses e elas de biquini, todas contentes, e o tugas não menos felizes pelo facto.
Os primeiros concertos aconteceram na tenda Heineken, uma estrutura gigante originalmente concebida para hangar de aviões mas que pela sua configuração se adequa a concertos - dizem que a acústica até nem é má. Foi ali que os portugueses The Royal Blasphemy difundiram a sua tensão eléctrica que transpareceu, aqui e ali, uma certa exiguidade criativa.
Mas não sem demoras o sangue passou a pulsar de outro modo: entraram os Parkinsons em palco e com eles inflamou-se a labareda róque. A banda de Coimbra radicada em Londres despejou transpiração genuína e vontade de celebrar o direito à festa num planeta infestado de imundice. Apresentaram canções do novo "Back to life" e propagaram vontade de chegar a casa e acordar a vizinhança ao som de Clash ou Iggy Pop.
Numa outra perspectiva, o canadiano Danko Jones inaugurou o palco principal com uma hora de róque por vezes hard, outras vezes stone, apimentado com observações mais ou menos causticas como aquela em que asseverou que beijava o rabo do festival - como ? - para cá voltar no próximo ano.