<p>Ana Rute Marcelino apresenta-se a votos pelo BE, sendo que a CDU concorre com um rosto novo, Daniel Sampaio. Reis Campos candidata-se pelo PS defrontando Armindo Costa, que se recandidata pela coligação PSD/PP.</p>
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Num concelho onde os acessos a Sul demostram dificuldades e as infra-estruturas básicas não estão concluídas, os candidatos vão esgrimindo argumentos e explicando prioridades ao eleitorado.
A captação de investimento é, para o candidato socialista, uma prioridade: "O tecido empresarial está mais pobre e um dos principais problemas é o desemprego", alega, o que provoca "problemas sociais. "Os focos de vulnerabilidade social" associados ao desemprego são, aliás, problemas apontados por todos os candidatos.
"Não tenho visto a Câmara actual produzir instrumentos capazes de combater a crise que provoca problemas na vida das pessoas", afirmou Reis Campos, explicando que não se têm instalado indústrias no concelho, o que significa "que Famalicão não está a oferecer as mesmas condições que os concelhos vizinhos".
O socialista considera que o concelho não tem "pólos de atracção como actividades e programas culturais permanentes", apontando que também "não tem uma malha urbana forte". Por outro lado, a "falta de ligação" entre equipamentos leva a que "não tenha havido capacidade de colocar as potencialidades ao serviço da economia famalicense", disse.
Os transportes públicos são uma das carências salientadas pelo BE e pela CDU. O candidato comunista, Daniel Sampaio, considera que "Famalicão está mal servido de transportes", designadamente quanto à "pouca diversidade" de horários e insuficiência de cobertura territorial. Por outro lado, a "falta de capacidade de resposta" das escolas básicas em relação às necessidades é um problema que Ana Rute Marcelino considera "urgente resolver".
A inexistência de um plano estratégico urbanístico para o concelho é uma das carências apontadas por Reis Campos, Daniel Sampaio e Ana Marcelino. "Não é possível perspectivar o desenvolvimento sem identificar as centralidades, as periferias, os limiares urbanos, os perfis, os cenários os ritmos urbanos e rurais, os estrangulamentos, as ameaças, as oportunidades e as potencialidades", diz a bloquista. "Há oito anos que o PDM está para ser resolvido", critica Reis Campos.
O "atraso" em relação às infra-estruturas básicas (rede de água e saneamento) é uma das carências sublinhadas pela CDU e pelo BE que consideram um aspecto "prioritário". De resto, também o candidato da coligação PSD/PP, Armindo Costa (actual presidente da Câmara) reconhece essas carências em "algumas freguesias". "Ao nível do saneamento, as carências são maiores, mas temos hoje infra-estruturas que nos permitem acelerar a pretensão de concluir a rede até 2012", afiança.
Armindo Costa considera que é preciso "investir" em áreas como a educação, designadamente permitindo que a Lusíada e a CESPU se possam "expandir". Também ao nível do parques escolar do Ensino Básico, o candidato considera que é uma necessidade "em vias de ser resolvida". Referindo-se às acessibilidades, Costa garantiu que a variante poente "vai criar uma zona de desenvolvimento" naquela área.
Vila Nova de Famalicão apresenta quatro candidatos a votos no próximo dia 11. Numa localidade onde, nas últimas autárquicas, concorreram apenas homens, neste acto eleitoral a lista do Bloco de Esquerda (BE) é liderada por uma mulher.