Conhecido "o apoio do PS, do PSD e do CDS" às orientações do programa da "troika", só resta "saber quem leva a mala cheia de dinheiro à Banca" depois das eleições, disse Jerónimo de Sousa, este sábado à tarde, acusando-os de "aparecerem como puras donzelas", em particular Paulo Portas, e exigindo-lhes que "falem verdade".
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"Nesta campanha eleitoral, nunca ouviram referir o conteúdo do memorando de entendimento" com a "troika", criticou o líder comunista, num almoço em Pinhal Novo, terra de ferroviários do concelho de Palmela. E insistiu na ideia de que as eleições apenas irão decidir quem será o "executante" daquele programa.
Ao líder do CDS, Paulo Portas, perguntou, especialmente, como consegue prometer o aumento das reformas quando o acordo prevê o contrário. Os portugueses, exortou, deviam confrontar Direita e socialistas. "Oiçam cá, então o que querem fazer das reformas e pensões? Oiçam cá, ouvi um comunista dizer que congelaram a minha pensão durante três anos". Estas seriam questões a colocar.
Jerónimo sublinhou que "estas campanhas eleitorais" são muito propícias a "equívocos" porque o conteúdo do memorando "não vai ser todo dito". E se os portugueses "soubessem o conteúdo desse acordo em toda a dimensão" e para onde vai o dinheiro da ajuda externa, não votariam naqueles partidos, assegurou.
"Falem verdade ao povo, falem verdade aos portugueses", exigiu, destacando que o dinheiro será para credores e Banca. "O mais fácil é estar do lado dos poderosos", concluiu, numa crítica a PS, PSD e CDS.
No encontro, Jerónimo de Sousa lembrou, ainda, Carolina Beatriz Ângelo, médica, lutadora sufragista e fundadora da Associação de Propaganda Feminista que foi a primeira mulher a votar em Portugal, em 1911.
Neste almoço, Francisco Lopes pediu aos apoiantes e simpatizantes da CDU que não se cansem, e apelou a um reforço da votação no distrito de Setúbal, onde esta coligação elege quatro dos 17 deputados: três do PCP e um do Partido Ecologista Os Verdes. Além disso, criticou PS, PSD e CDS. "Como se não bastasse esta lei da selva, querem transformar cada vez mais os trabalhadores em peças descartáveis na engrenagem da exploração", criticou.