O secretário-geral do PS considerou este domingo "curioso" que o presidente do CDS coloque actualmente o seu partido à esquerda do PSD, o que prova que os sociais-democratas representam agora a direita radical.
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José Sócrates pegou nas afirmações proferidas por Paulo Portas na intervenção final no comício do PS no Porto, quando apontava o que está em jogo nas eleições de 5 de Junho.
"Isto é tão curioso que hoje tivemos de ouvir pela boca do líder do CDS que o CDS de hoje se considera mais à esquerda do que o PSD", disse Sócrates, adiantando que esta campanha "está cheia de surpresas".
"Mas, pensando bem, não é para admirar, porque eu já disse que o PSD apresentou nestas eleições o programa mais radical de que há memória. É um programa radical e de aventureirismo ideológico, que eles aprenderam nos manuais há 25 anos, não bebe na experiência e quer pôr em causa o modelo social europeu", sustentou o secretário-geral do PS.
No comício do Porto, o secretário-geral do PS voltou a acusar o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, de "mudar de opinião ao sabor das circunstâncias", acusando-o de ter quebrado a promessa de fazer um Governo só com dez ministros e de ter mudado de convicções na questão da interrupção voluntária da gravidez.
"Não sei se se recordam, mas Pedro Passos Coelho disse há uns tempos que tem o Governo na cabeça. Então, se tem o Governo na cabeça, o problema não é com o Governo, mas com a cabeça que anda sempre a andar à roda, porque já não sabemos o que vamos ter", declarou.
"Eu não acredito que se possa mudar de opinião em poucos dias numa campanha eleitoral, mas já é inconcebível que um líder mude apenas para agradar a certos eleitorados", afirmou.