José Sócrates pediu, este domingo, a demissão do cargo de secretário-geral do Partido Socialista em consequência da derrota sofrida nestas eleições legislativas, assumindo pessoalmente a responsabilidade pelo mau resultado do partido.
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O primeiro-ministro demissionário disse, ainda, que não irá ocupar qualquer cargo político nos próximos tempos. "Os resultados são o que são: o PS
perdeu. Mas é preciso dizer que, nestas circunstâncias, teve um resultado que o dignifica. Não me escondo atrás das circunstâncias. Esta derrota é
minha e quero assumi-la por inteiro", afirmou José Sócrates, uma hora depois de conhecidas as primeiras projecções.
"Entendo que é necessário abrir um novo ciclo na vida do PS", explicou o ainda secretário-geral, adiantando que já falou com o presidente do partido para
desencadear o processo de escolha do novo líder o mais cedo possível.
Com a justificação de não querer "condicionar" a escolha e a actuação da próxima liderança, José Sócrates disse que deixa "a primeira linha de
actividade política" e não pretende ocupar "qualquer cargo político nos próximos anos". Eleito líder dos socialistas em 2004, bastou um ano para José
Sócrates conseguir o feito inédito de conquistar a primeira maioria absoluta da história do PS nas eleições de 2005.
Nas legislativas seguintes, em 2009, não logrou repetir o feito, tendo-se ficado apenas por uma maioria relativa. O seu segundo Governo só acabaria por
cumprir metade dos quatro anos de mandato previstos.
O "chumbo" do PEC IV na Assembleia da República provocou o pedido de demissão de José Sócrates e respectivo executivo, forçando as eleições
legislativas de hoje. Eleições que ditaram uma derrota clara e pesada para o PS e que foi assumida na plenitude por José Sócrates, com a sua saída do
cargo de secretário-geral, sete anos anos ter sido eleito.