Entraram para arrasar e, tal como prometido, foram todos nossos. A estreia dos The Killers em Portugal não podia ter correspondido mais ao desejo dos fãs, que ouviram músicas dos três discos da banda, num concerto memorável. Veja fotos do Super Rock e do 3º dia do Marés Vivas <a href="/blogs/festivaisdeverao/default.aspx">AQUI</a>
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Assim que os The Killers subiram ao palco, antes as 00h00, como estava previsto, o Estádio do Restelo parecia outro, com o público todo a vibrar e a gritar pela banda norte-americana, numa onda de braços no ar como o palco lisboeta do Super Rock ainda não tinha visto.
Duffy deu um bom concerto, mas não conseguiu da plateia muito mais que os versos conhecidos de “Mercy” e uma ovação calorosa quando proferiu umas palavras em português.
Já os The Killers arrebataram o público, por antecipação, assim que as primeiras luzes surgiram em palco. Quando Brandon Flowers, David Keuning, Mark Stoermer e Ronnie Vannucci abriram o concerto com “Human”, primeiro single de “Day&Age”, último disco da banda, o Estádio do Restelo não era, definitivamente, o mesmo.
Prova de que os The Killers eram, indubitavelmente, a banda mais aguardada da noite.
A terceira música a soar no Restelo foi “Somebody Told Me”, single que, em 2004, os tornou conhecidos do grande público. “Hot Fuss”, álbum de debute da banda, do qual foi retirado este single, foi um dos acontecimentos musicais desse ano, pondo muita gente a dançar com esta sonoridade que recuperava o melhor do rock dançável dos anos 80.
De costas voltadas para a calma do Tejo, os The Killers mostraram-se efervescentes, num palco elaborado à medida das necessidades visuais das suas músicas.
Com todos os predicados exigíveis num concerto de estádio, o palco era um mostruário de tecnologia e entretenimento aliado ao rock.
Cada música tinha direito a um novo fundo, a novas luzes, tornando-se um momento único, um universo singular trespassado pela energia das canções e pela performance de Brandon Flowers, o vocalista, que ora rodopiava ou saltava para cima das colunas, com o rock a fervilhar-lhe nas veias.
“Smile Like You Mean It” ou “Losing Touch” foram amplamente aplaudidas pelos fãs, que provaram saber de cor quase todas as letras de uma banda que ganha nova dimensão em cima dos palcos.
O momento mais surpreendente da noite, prova da irreverência da banda, deu-se ao som de “Spaceman”. A banda tocou, o público vibrou e… a banda voltou a tocar.
Com uma galáxia colorida como pano de fundo, Flowers depositou uma boa dose de energia nesta interpretação e o público não se deixou ficar, fazendo coros e aplaudindo. Depois de o vocalista se dirigir para o piano, para o que parecia ser o final perfeito e antitético para aquela canção, o público continuou a fazer coros, sozinho, no que acabou por ser um interlúdio para que se voltasse a ouvir o início de “Spaceman”.
“Mr. Brightside” e "All These Things That I've Done" foram das últimas músicas a ouvir-se no primeiro concerto dos The Killers em Portugal, que acabou em grande com "When You Were Young”.
A banda aproveitou ainda a oportunidade para pedir desculpa pela demora em vir actuar a Portugal, e prometeu demorar menos tempo a regressar. Palavras que, certamente, ficaram a fazer eco no ouvido dos fãs.
Duffy encarna diva soul dos tempos modernos
Uma voz soul poderosa, a da cantora galesa, que no ano passado conquistou o mundo com o single “Mercy” e que, na noite de sábado, pôs Lisboa a cantar em coro o refrão “you got me begging you for mercy”.
"Mercy", a música mais conhecida de Duffy, foi a última do concerto e a que recolheu mais aplausos.
De vestidinho curto de bolas, com um ar de diva retro, Duffy subiu ao palco disposta a seduzir o público e conseguiu. Rodou o microfone, fez pose e soltou o soul que lhe vai na voz.
Com uma banda e duas coristas que a acompanham à altura, sem lhe retirar o protagonismo, Duffy provou que tem um vozeirão, tão poderoso em estúdio como ao vivo.
As luzes vermelhas e brancas em palco mostravam bem tratar-se de um concerto de estádio, quando a voz da cantora abafava o recinto, tornando-o mais pequeno.
“Warwick Avenue” foi outra das músicas que os fãs mostraram conhecer bem, aplaudindo assim que os primeiros acordes se fizeram ouvir.
“Eu gosto de Portugal” e “obrigado” foram as únicas palavras que a cantora disse em português, mas que, como seria de esperar, recolheram um imensa ovação do público.
Lisboa dançou ao som de Mando Diao
Marcaram presença em Paredes de Coura em 2008 e, agora, desceram até Lisboa, para um concerto que pôs muitos pés a bater no falso relvado do Estádio do Restelo.
“Give me fire”, o novo disco da banda, editado este ano, não podia traduzir melhor o que a banda se propôs a fazer no final de tarde em Lisboa.
A banda mostrou um conjunto de boas músicas que conquistaram o público. O primeiro single do novo disco, “Dance With Somebody” é a imagem do que a banda pretende fazer, um indie entre o rock e o pop, muito dançável, e outras músicas que puxam ao lado mais sentimental, num equilíbrio quase perfeito.
Há rock no Restelo
Os BetterShell abriram o palco principal às 18h, para um concerto de 15 minutos, que serviu de entrada para a banda nova-iorquina The Walkmen. Brandi Carlile foi a terceira a pisar o palco do Super Rock em Lisboa, perante uma plateia já composta.
À medida que a tarde avançava e o sol ia descendo, mais pessoas chegavam ao Estádio do Restelo para uma noite de rock para todos os gostos.
Os BetterShell, uma das bandas vencedoras do Super Bock Super Rock Preload, tiveram a oportunidade de abrir a 2ª parte do festival Super Rock, que começou no passado sábado, no Porto.
Os The Walkmen entraram em palco às 18h30 e trouxeram o último disco,”You&Me”, de 2008, para apresentar ao público português.
Brandi Carlile começou a actuar às 19h30 com uma assistência mais composta, que se foi manifestando à medida que a cantora americana foi tocando os singles que a tornaram popular entre nós.
“The Story”, do álbum homónimo, editado em 2007, foi a música que recolheu mais aplausos e coros em uníssono. Esta música tornou-se conhecida do público português por ter sido a escolhida para o anúncio da Super Bock em 2008, ano em que a cantora actuou quatro vezes em território português.
Habituada aos palcos portugueses e a ser acarinhada pelos fãs, a cantora admitiu que nos Estados Unidos a sua banda é pequena, não tendo a atenção que lhe é dedicada em Portugal.
A cantora americana, educada na tradição musical country e folk, apresentou uma música nova que integrará o próximo disco, terceiro da sua ainda curta carreira, e fez covers da música “Hallelujah”, de Leonard Cohen, da “Creep”, dos Radiohead, e de Johnny Cash.
Junto ao palco, o público aplaudia, de pé, enquanto no fundo do recinto algumas pessoas ouviam o concerto sentadas, passeavam pelos divertimentos dos patrocinadores ou aproveitavam para jantar.
Diana Pereira e Cédric eram, provavelmente, alguns dos que se encontram sentados pelo recinto.
O JN esteve à conversa com eles ao início da tarde e o casal garantiu estar no festival apenas para ver The Killers, sendo que tudo o resto não lhes interessava muito. Como tal, afirmaram pretender passar o tempo sentados e à conversa até chegar a meia-noite, hora a que a banda de Las Vegas ia actuar.