Regressados ao ativo após um longo hiato, os Swans vivem um novo e improvável estado de graça. Quem os vê - como foi o caso dos muitos milhares que assistiram, esta sexta-feira, ao seu concerto no Palco Super Bock do Primavera Sound - sente o genuíno prazer dos norte-americanos em tocarem juntos, como uma derradeira oportunidade quiçá de provarem a validade da sua música.
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Avessos a formatações, os temas compostos pelo veterano Michael Gira são uma espécie de glossário da condição humana. Neles encontramos tanto a contemplação niilista (e minimalista, já agora) como a mais tresloucadas das fúrias, por demais evidentes quando o experiente sexteto irrompe em violentos solos que colocam em evidência o seu óbvio virtuosismo musical.
O ótimo concerto que protagonizaram, um dos mais sólidos até ao momento do Primavera Sound, apenas vem demonstrar que o regresso dos Swans, ainda que tardio, foi ditado por muito mais do que meras questões monetárias.
