Tino de Rans realizou, ontem, a sua primeira acção de campanha. A feira de Valongo recebeu-o apoteoticamente e o candidato, com uma energia transbordante, avisou os adversários: "No dia 11 vão ser arrasados por um Tinosunami!"
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O candidato chegou à feira num "Tinomóvel" (como consta no material de campanha que foi distribuído) e logo à saída deu espectáculo. Em silêncio, ajoelhou-se num relvado fez dois buracos na terra e lá depositou duas bolotas. "Temos terra, temos semente e o tempo está de feição. O país está à espera de um tomba-gigantes, que sou eu", afirmou.
Se beijos e abraços dessem votos, Tino de Rans não precisava de se preocupar e, no dia 11, lá estaria na "varanda", como ele não se cansa de repetir. "Mas estou a falar metaforicamente. Qualquer cidade ou vila portuguesas têm Paços de Concelho e o Tribunal em zonas nobre. Menos Valongo. E também quero mudar isso".
Acompanhar Tino de Rans é uma tarefa complicada. O candidato não pára, todos o o conhecem, todos querem ser fotografados com ele, todos querem um beijo ou um abraço.
Estava ele a falar com os jornalistas e sai disparado em direcção à rua, onde acabavam de passar dois batedoras da PSP. Tino, super atento, percebeu que ia ter uma plateia diferente. Eram os participantes de um passeio de bicicleta, que não resistiram a um cumprimento.
Volta à feira, torna a desaparecer. Os bombos estão à espera, mas Tino tem uma agenda diferente. Lá vai mais um beijo, mais um folheto, uma promessa de voto no dia 11.
"Não tenho programa. Mais importante que prometer é ter uma equipa de pessoas capazes nas diversas áreas", afirma.
Dois passos mais adiante Tino de Rans comove-se e faz uma promessa. A única que lhe ouvimos. Uma senhora, que vendia pentes, queixa-se de que vive na rua há anos. Chora e o candidato, depois de lhe entregar uma "semente" (a bolota) diz-lhe para, no dia 11 à noite, ir à "varanda" ter com ele.
"Eu vou ganhar e esta senhora vai ter uma casa. Parece que os politicos não têm coração. Num concelho com tanta casas vazias, ela vive na rua. Comigo não", diz.
Na feira cruzaram-se, ontem, civilizadamente, a CDU, o PS e a candidata indepente Maria José Azevedo. Tino não resistiu ao apelo da comitiva do PS: "Vou cumprimentar o dr. Catarino. Vou votar nele para presidente da Junta de Valongo, onde moro".