<p>A feira dos Carvalhos, em Gaia, foi ontem, quarta-feira, o palco escolhido pelas candidaturas à Câmara. Bandeiras, brindes e slogans fizeram concorrência aos pregões dos feirantes, que também dançaram e distribuíram cumprimentos.</p>
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Pouco passava das 10 horas quando o espaço da feira semanal dos Carvalhos recebeu a primeira comitiva, a do PSD, que, com as suas bandeiras (e os gritos da JSD, "o povo está contente com o seu presidente"), foi avançando pelos estreitos corredores.
A encabeçar a arruada ia o candidato do PSD à Assembleia Municipal, César Oliveira, que foi dizendo que a escolha da feira é natural. "É tradicionalmente um ponto de encontro da democracia. Todos vimos cá e nós vimos para mostrar a obra feita, porque é sempre importante melhorar estes espaços de comércio".
Por perto seguia Mário Dorminsky, actual vereador da Cultura, que, com ironia muito própria, disse que foi à feira "comprar votos com simpatia". "Esta é a única forma de chegar verdadeiramente junto das pessoas e saber quais são os seus reais problemas".
A arruada do PSD ainda andava pela feira e já outra fazia a sua entrada, a da CDU, com a candidata à Câmara Ilda Figueiredo. Entre um beijo e um aperto de mão, Ilda Figueiredo sugeria às pessoas que olhassem para a factura da água com atenção. "Não é a água que é cara, são as taxas que aumentam a conta. Tínhamos três taxas e incluíram agora mais uma, a dos recursos hídricos, por isso está tão alta a conta", apontou.
Enquanto explicava este ponto de vista, a candidata lembrava os números do desemprego, referindo que nas freguesias próximas da feira "encerraram várias fábricas e muitas reduziram pessoal".
Quase despercebido passou pela feira o Movimento Partido da Terra, com o cabeça-de-lista, Nuno Aldeia, a referir o problema de saneamento do espaço.
Já o PS fez uma entrada barulhenta na feira. Joaquim Couto, candidato à Câmara, ia entregando canetas a todos os que passavam, enquanto a JS gritava:"1,2,3 já chegou a nossa vez".
Joaquim Couto salientou que a ida aos Carvalhos foi uma forma de mostrar a necessidade de requalificar a zona interior do concelho, em particular as freguesias circundantes "que necessitam de uma rede rodoviária, de uma rede de transportes, que as ligue verdadeiramente ao centro do concelho, da construção de um centro de saúde". "Respostas verdadeiramente sociais", frisou.
Entretanto, já o Bloco de Esquerda estava numa das entradas da feira a entregar panfletos. O candidato à Assembleia Municipal, Eduardo Pereira, lembrou que estes "são locais de concentração emblemáticos". E neste caso em particular apontar "os desequilíbrios do concelho", referindo a falta de capacidade da Câmara para atrair "investimento produtivo, ao invés do investimento especulativo imobiliário, que não cria emprego".