O Meco despediu-se do Super Bock Super Rock, com cerca de 30 mil pessoas a assistir ao concerto dos The Strokes. Os números repetiram-se ao longo dos três dias de festival, garantindo casa cheia nos principais concertos da noite.
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Julian Casablancas já conhecia a Herdade do Cabeço da Flauta, mas ainda não tinha experimentado um público tão efusivo como o que na noite de sábado assistiu ao concerto dos The Strokes.
No ano passado, o vocalista da banda actuou em nome próprio no Super Rock, mas fora do horário nobre e com alguns contratempos pelo caminho.
De blusão de cabedal e óculos escuros - estrela rock no seu melhor -, Casablancas arrancou com "New York City Cops", música do disco de estreia da banda, "Is This It" (2001), do qual se ouviram algumas da canções mais celebradas da noite.
"Last Nite", "Modern Age", "Someday", "Hard to Explain" ou a canção que empresta nome ao disco, "Is This It", foram aclamadas, dançadas e trauteadas pelo recinto. "Reptilia", do segundo disco, também foi levada em braços pela multidão, que se divida entre os saltitos eufóricos e o equilíbrio instável dos copos de cerveja.
Apesar de recentes, "Under Cover of Darkness" e "Taken for a Fool", singles do último disco da banda, "Angles" (2011), parecem já ter fintado o tempo e conquistado o público português.
Ao longo do concerto, Julian Casablancas foi-se descolando da pose de "rock star" imperturbável e meteu-se com o público, garantindo que adorava os cartazes na plateia, mas que estavam a distraí-lo. A boa disposição deu ainda lugar a um momento de improviso. "Creio que nunca fizemos isto", lançou Julian, o mesmo que disse "sim" e "não" ao público num momento de "discos pedidos".
Como já é da praxe, qualquer banda que se preze tem de deixar meia dúzia de elogios no país que a acolhe, e com o vocalista dos The Strokes o cenário não foi diferente.
Após "Take It or Leave It", uma luz intermitente surgiu nos ecrãs, palco vazio, um cenário que fazia antever o encore - apesar de os temas "obrigatórios" estarem praticamente despachados. Mas tal não aconteceu, para surpresa geral.
Julian Casablancas, Nick Valsenti, Albert Hammond Jr. , Nicolai Fraiture e Fabrizio Moretti saíram de palco, deixando para trás milhares de pessoas à espera de mais. Quando acenderam as luzes, a estupefacção era geral e os assobios de protesto não tardaram.
Slash foi o primeiro cabeça-de-cartaz a entrar em palco este sábado, depois das actuações de X-Wife, Brandon Flowers e Elbow.
Pelo recinto circulavam vários festivaleiros de máscaras e lenços a cobrir o nariz, técnica utilizada ao longo dos três dias de festival para evitar (dentro do possível) a poeira que contaminava o ar.
Acompanhado por Myles Kennedy na voz, Slash entrou em palco às 23.05 horas, para mostrar os dotes como guitarrista que todos lhe conhecem.
Os momentos altos da actuação surgiram quando os clássicos dos Guns N'Roses se ouviram na Herdade do Cabeço da Flauta. "Sweet Child O'Mine", "Paradise City" e "Mr. Brownstone" foram algumas das canções recuperadas por um Slash sem Axl Rose.