<p>O rio Águeda, quase sempre tema de manchetes jornalísticas devido às cíclicas cheias, é um tema transversal em todas as seis candidaturas que se apresentam às próximas eleições autárquicas no Município de Águeda. </p>
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"Hoje temos todas as condições para resolver o problema das cheias", comentou ao JN, Gil Nadais, o socialista que se recandidata a um segundo mandato à frente da Câmara de Águeda. "Vamos fazer uma parceria com o INAG e a Administração Hidrográfica do Centro, com obras na ponte do Águeda e Óis da Ribeira, que arrancam no próximo ano", salientou, lembrando: "Mas é muito difícil acabar com as cheias".
Para o social-democrata Castro Azevedo que regressa à vida activa política-partidária (é também presidente da Concelhia do PSD aguedense), depois de um interregno forçado de mais de quatro anos, "os problemas das cheias não estão resolvidos". "Poderiam ter sido com a barragem da Redonda e com a regularização do Agadão e Alfusqueiro, mas tal não aconteceu". "Águeda teve todas as condições nestes quatro anos para resolver muitos dos seus problemas, mas isso não resolveu", afirmou.
"Estou esperançado que as pessoas reconheçam quem durante muitos anos fez obra e lhe dêem a maioria", realça Castro Azevedo num recordar de quando foi presidente da Autarquia aguedense.
O empresário José Carlos Santos, cabeça-de-lista do CDS-PP também é crítico da gestão de Gil Nadais. "As expectativas deste presidente também ficaram aquém do que seria de esperar". "Ele é da mesma cor do Governo e isso poderia ser uma mais valia para se fazerem as obras que são necessárias e que continuam na gaveta", referiu ao JN, lembrando o "facto de Águeda estar espartilhada em termos de acessibilidades e de necessitar d uma via rápida para Aveiro e de um acesso à A1". "A Câmara trabalhou muito para dentro de si própria, houve um esforço de modernização, mas ainda há um longo caminho a percorrer", lembra Carlos Santos, para quem é necessário aproveitar os espelhos de água desde a Pateira de Fermentelos ao rio Águeda. "Estou optimista e acho que o CDS-PP merece em Águeda uma oportunidade", salientou.
A defesa, prevenção e qualificação dos recursos naturais, nomeadamente os rios Águeda e Alfusqueiro, da Pateira ao Souto Rio, é também aposta da CDU, através de Nelson Leal, para quem, no entanto, são prioridades pôr termo à "incúria e ao desprezo a que têm sido votadas as freguesias periféricas, particularmente as serranas, com pouco peso eleitoral, enquanto se investem milhões e milhões, em obras com outra visibilidade".
"Não ponho em causa a sua necessidade, o que questiono é o critério", lembrou, ressaltando "a ausência de saneamento básico em grande parte do concelho". O candidato lamenta "a atitude da Assembleia Municipal em permitir a privatização dos nossos recursos hídricos".
Para Vítor Gomes (BE) a gestão socialista foi distante das populações com insuficiência de transparência. "Águeda tem sido desqualificada e está esquecida", referiu, apontando como exemplos a ligação a Aveiro e a requalificação da linha do Vouga e defendendo a limpeza dos rios.
"Há coisas pequenas que podiam ser feitas, como arranjo dos caminhos à beira do rio, não há uma rede de transportes", defende Alexandra Abrantes que dá voz ao PND em Águeda. "Queremos chamar a atenção para políticas que nos parecem falsas", disse.