O sonho segue vivo. Portugal teve de sofrer a bom sofrer, mas venceu a Dinamarca, por 3-2, e continua na corrida pelos quartos de final do Euro 2012. A seleção desperdiçou uma vantagem de dois golos, mas Varela saltou do banco para soltar o grito da vitória.
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O Arena de Lviv assistiu a uma verdadeira batalha tática. As duas seleções, em situações bem diferentes no grupo, apostavam no erro adversário para tentar chegar ao golo, mas foi Portugal que entrou melhor, bem melhor aliás, no jogo. Aos 24 minutos, após um pontapé de canto, Pepe saltou mais alto que a concorrência e marcou o primeiro golo português no Europeu.
Apenas 12 minutos depois, numa das melhores jogadas de todo o encontro, Nani surgiu solto na direita e cruzou para uma conclusão perfeita de Hélder Postiga. O avançado, tão criticado nos últimos tempos, tornou-se no quinto jogador da história mundial a marcar em três fases finais de Campeonatos da Europa. Incrível.
A equipa das quinas corria para a vitória, mas faltava contar o fator Bendtner. O avançado dinamarquês é perito a marcar a Portugal e voltou a fazer das suas. A quatro minutos do intervalo, apanhou toda a defesa portuguesa a dormir e cabeceou para o 2-1.
O cenário pouco se alterou ao intervalo. A Dinamarca passou a ter mais bola, Portugal apostava declaradamente no contra-ataque e Ronaldo assumia um papel... decisivo. Sem preocupações defensivas, teve o terceiro golo nos pés, mas, só com o guarda-redes pela frente, atirou ao lado. Pouco habitual num dos melhores do Mundo? Sim, mas a história acabaria por se repetir.
Mais uma vez, Ronaldo desperdiçou a oportunidade de descansar os corações portugueses. Muito bem isolado por uma bela jogada de equipa, CR7 podia ter fintado o guarda-redes, atirar em força ou picar a bola. Mas não: atirou ao lado!
Soavam os alarmes e a Dinamarca percebeu bem o que tinha de continuar a fazer. Atacar pelo seu flanco direito, onde encontrava Fábio Coentrão sem qualquer apoio - Ronaldo raramente descia no terreno e quando o fazia parecia esquecer-se de atacar a bola - e foi por aí que nasceu mais um cruzamento para a cabeça de Bendtner. O ponta-de-lança não perdoou e, a dez minutos do final, a esperança portuguesa reduzia-se a quase nada.
Mas faltava contar com o fator Varela. O extremo do F. C. Porto (que também tinha entrado bem no jogo com a Alemanha e desperdiçado uma boa chance para o empate) entrou com tudo em campo e bem mereceu ser decisivo. A três minutos do final, um belíssimo cruzamento de Coentrão encontrou Varela na área, a receção não correu nada bem, mas a bola ficou ali à mão de semear. Não havia que duvidar. Remate de pé direito, bola no fundo das redes dinamarquesas e Portugal na corrida pelos quartos de final. Mas foi preciso sofrer...