Vários elementos da Polícia Judiciária (PJ) fortemente armados e protegidos por coletes à prova de bala escoltaram, esta segunda-feira, até uma estação de tratamento do lixo na Grande Lisboa quatro carrinhas com seis toneladas de droga apreendida nos últimos meses para ser destruída, em particular cocaína e haxixe.
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A incineração, "mais robusta" do que é habitual, visa assinalar o Dia Internacional Contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Droga, salientou na sede da PJ, em Lisboa, Rui Sousa, coordenador de investigação criminal da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes.
"Tentamos, pelo menos uma vez por mês, fazer uma queima de droga, felizmente não com esta quantidade", acrescentou. O estupefaciente é incinerado ainda com as investigações a decorrer, uma vez que, segundo a legislação em vigor, o magistrado do Ministério Público titular do inquérito tem apenas cinco dias para ordenar a destruição da droga após esta ser analisada no Laboratório da Polícia Científica.
"Fica em armazém uma amostra-cofre, para qualquer eventualidade: um recurso, uma contra-análise. Essa só é destruída quando o processo é finito, com o trânsito em julgado [da decisão]", ressalvou Rui Sousa.
Este ano, já foram apreendidas por todas as autoridades policiais e aduaneiras envolvidas no combate ao tráfico de estupefacientes, 11 toneladas de cocaína e 30 de haxixe. Em todo o ano de 2022, tinham sido recolhidas 16 toneladas de cocaína e 26 de haxixe. "Os valores estão a ser largamente ultrapassados relativamente ao ano passado", sublinhou.
Esta segunda-feira, a droga foi incinerada nos mesmos fornos em que é queimado o lixo doméstico de cerca de 1,6 milhões de habitantes na Grande Lisboa e na região Oeste. O procedimento adotado garante, contudo, que os resíduos não se misturam, para que, no final, não reste mesmo nada do estupefaciente.