Primeiro-ministro considera que a nova Constituição angolana é o culminar de um período de transição que começou com a abertura do país ao multipartidarismo em 1992.
"É uma constituição equilibrada que vem concorrer para a estabilidade política social e económica e vem promover o desenvolvimento da nossa Pátria", disse António Paulo Kassoma, que esteve presente, bem como vários ministros do governo angolano, na aprovação na nova Constituição.
A intervenção política do MPLA após a votação, em que a Constituição foi aprovada com 186 votos a favor, duas abstenções e nenhum voto contra, devido à ausência da UNITA no momento, foi feita por Norberto dos Santos "Kwata Kanawa", seu vice-presidente, que aproveitou o momento para criticar "alguns" e defender que o partido sempre se baterá pelo sufrágio "universal, directo, livre e secreto e periódico para a constituição dos órgãos electivos".
A UNITA usou como um dos argumentos para estar ausente da votação o facto de a nova Constituição não eleger directamente o Presidente da República, que passa a ser o cabeça de lista do partido ou coligação mais votada para a Assembleia Nacional.
"Mais um passo para a consolidação da Nação angolana"
"O nosso partido, não obstante a mentira e a calúnia promovida por alguns e há muito conhecidas de todos, reitera a defesa do principio democrático da soberania popular e o sufrágio universal, directo, livre e secreto e periódico para a constituição dos órgãos electivos", disse "Kwata Kanawa".
Afirmou ainda, em tom de aviso: "O MPLA pugna pela manutenção da paz e por um Estado de justiça social e continuará a combater energicamente todas as tentativas ou acções que visem desencadear a guerra entre angolanos ou atentar contra os direitos elementares e regras da democracia e convivência pacífica".
Norberto dos Santos disse igualmente que a votação de hoje "é mais um passo de particular importância para a consolidação da Nação angolana, o reforço do Estado democrático e de direito e para o reforço da democracia representativa e participativa".
"Uma oportunidade de reflexão"
Sapalo António, líder do PRS, terceira força política angolana, que contra algumas expectativas votou favoravelmente o texto, afirmou que a maioria do MPLA "não permitiu um consenso mais alargado" para a elaboração da Constituição
"O actual curso político constitucional deve ser uma oportunidade de reflexão e dele devem ser extraídas lições políticas de modo a que nos próximos processos eleitorais saibamos votar com vista a evitar uma maioria(qualificada) que permita um jogo político racional e equilibrado", disse.
A FNLA, segundo o seu líder parlamentar, Ngola Kabango, aceitou que, apesar de se ter abstido, "esta é a Constituição de todos os angolanos" graças ao "voto maioritário" e não ao consenso generalizado de todos os partidos e todos os angolanos.
