Os EUA ordenaram na quinta-feira a saída do pessoal "não essencial" das suas missões diplomáticas na Venezuela, depois de o Departamento de Estado recusar cumprir a ordem de expulsão dos seus diplomatas dada pelo presidente Nicolas Maduro.
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Num "alerta de segurança" publicado pelo Departamento de Estado na internet, o governo de Donald Trump recomendou aos norte-americanos, que residem ou estejam na Venezuela de passagem, que "pensem seriamente" em sair do país.
O Departamento de Estado não especificou quantos diplomatas vão permanecer na Venezuela.
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Na quarta-feira, os EUA reconheceram o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó, como "presidente interino" da Venezuela, e consideraram "ilegítimo" o governo de Nicolas Maduro.
De imediato, este rompeu as relações diplomáticas com os Estados Unidos e deu 72 horas (até sábado) para os diplomatas norte-americanos saiam do país.
Mas o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, respondeu que Nicolas Maduro já não tinha "autoridade legal" para tomar tais decisões.
Não obstante, congressistas republicanos e democratas apelaram na quinta-feira a Pompeo que desse prioridade à segurança dos diplomatas dos EUA.
"Estamos a avaliar as condições de segurança em permanência, 24 horas sobre 24, sete dias sobre sete", garantiu Pompeo, durante uma entrevista. "E já dissemos claramente ao regime Maduro que queremos os nossos diplomatas em segurança", acrescentou.
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Juan Guaidó autoproclamou-se na quarta-feira presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.
A União Europeia defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, sublinhando que "os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados" e instando à "abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional".
Da parte do Governo português, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, expressou na quarta-feira pleno respeito pela "vontade inequívoca" mostrada pelo povo da Venezuela, disse esperar que Nicolás Maduro "compreenda que o seu tempo acabou" e apelou para a realização de "eleições livres".
Os Estados Unidos pediram a realização no sábado de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, para abordar a situação na Venezuela.
A Venezuela, país onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.