
Polícia prendeu 25 pessoas, por suspeitas de esclavagismo
LUSA
Viviam em condições infra-humanas, trabalhavam 16 horas por dia e eram explorados sexualmente, no México. Polícia prendeu gangue de 25 pessoas.
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O governo da Cidade do México resgatou hoje, sexta-feira, mais de uma centena de pessoas que estavam submetidas a uma exploração laboral de 16 horas de trabalho por dia e viviam privadas de liberdade numa fábrica ilegal. A oficina, que produzia bolsas de plástico e acessórios de vestuário, funcionava encapotada debaixo de um falso centro de reabilitação para alcoólicos e drogados.
Respondendo a várias denúncias de cidadãos da capital mexicana, que apontavam para uma estrutura de escravização de pessoas, principalmente indígenas, a polícia mexicana realizou uma operação surpresa e encarcerou 25 indivíduos - libertando a totalidade dos 107 trabalhadores.
Essas pessoas, na maioria homens, com idades entre os 14 e os 70 anos, apresentavam grave desnutrição, múltiplas lesões e sinais de mau trato, suspeitando-se também que eram exploradas sexualmente. "Viviam como os mais descuidados animais, em condições insalubres e infra-humanas", disse ao jornal mexicano "El Universal" uma das testemunhas que denunciou o caso à polícia.
Os sequestrados, a maioria indígenas e alguns que não sabem falar espanhol, eram forçados a trabalhar 16 horas diárias na fabricação de bolsas para lojas, não recebiam salário, eram alimentados apenas com restos de comida e dormiam acorrentados, muitos no chão, em dormitórios com barras de ferro.
Um dos resgatados declarou ter visto durante o cativeiro quase 300 pessoas escravizadas naquela mesmo local, algumas por períodos superiores a meio ano.
