O Governo brasileiro divulgou dois dados diferentes sobre o número de casos e mortes por covid-19 registados nas últimas 24 horas, numa altura em que as autoridades mudaram a forma como comunicam as informações sobre a pandemia.
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Numa lista dos dados enviada aos jornalistas, o Ministério da Saúde brasileiro informou que o país registava um total de 37 312 mortes, refletindo um aumento de 1382 óbitos nas últimas 24 horas (no sábado, o país tinha registado 35 930 mortes). A lista dava ainda conta de um total de mais de 685 mil casos confirmados da doença, mais 12 mil e 500 do que no balanço anterior.
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Já o site oficial do Governo brasileiro deu informações diferentes, tanto no número de mortes como no número de infetados. Numa atualização às 21.50 horas de domingo (horário local), indicava apenas 525 novos óbitos causadas pela covid-19 (menos 857 do que os que constavam na lista), elevando só para 36 500 o total de mortes. Quanto ao número de doentes infetados, o site apontava 18 mil novos casos da doença em 24 horas, mais seis mil do que o número divulgado pelo Ministério.
Em comunicado, o Ministério da Saúde brasileiro admitiu que o novo sistema precisa de melhorias e que o "objetivo é que, nos próximos dias, estejam disponíveis numa página interativa que possa trazer os resultados desejados".
Mudança na metodologia
Recentemente, o Governo brasileiro confirmou mudanças na divulgação dos dados consolidados sobre casos e mortes provocadas pela doença. O Ministério passou a relatar apenas o número de casos e de óbitos registados nas últimas 24 horas. Além da suspensão da divulgação de parte dos dados consolidados, Bolsonaro também confirmou que o Governo informará os valores só depois das 22 horas (hora local), muito depois da hora a que os números eram habitualmente divulgados.
A mudança na metodologia causou protestos em diferentes setores, que acusaram o Governo brasileiro de dificultar o acesso à informação. Embora o Brasil seja um dos locais mais afetados pela pandemia, milhares de pessoas saíram às ruas neste domingo para participar em protestos contra e a favor do presidente brasileiro,