A Guarda Civil espanhola deteve, esta terça-feira, um total de 32 pessoas no âmbito da chamada operação "Enredadera", que investiga uma rede criminosa suspeita de manipular contratos públicos.
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A maioria das detenções (22) ocorreu na Andaluzia e metade destas na cidade de Sevilha. Mas a investigação estende-se também a outras 13 províncias espanholas, incluindo Madrid, Barcelona e Canárias, onde foi detido Sergio Machín, porta-voz da Coligação Canária, partido que governa atualmente naquela comunidade autónoma.
Entre os detidos, encontram-se pessoas com cargos políticos, funcionários públicos, técnicos e empresários. Em causa está a criação de uma estrutura de contactos com entidades públicas que favoreciam a atribuição de contratos de serviços de jardinagem a troco de comissões. No centro da trama encontram-se as empresas Fitonovo e Fiverde, que se teriam beneficiado destas adjudicações fraudulentas.
A nova operação anticorrupção, que motivou também numerosas buscas a sedes de empresas e residências, é já a terceira fase da instrução que a juíza sevilhana Mercedes Alaya tem em marcha. Os detidos nesta nova operação enfrentam, assim, as acusações de delitos contra as finanças públicas, branqueamento de capitais, alteração de preço em concursos públicos, falsificação de documentos e organização criminosa.
A operação "Enredadera" surge apenas duas semanas após estalar o escândalo em torno à rede Púnica, outra trama de corrupção municipal que se saldou com a prisão de 51 pessoas, entre eles o número dois do PP madrileno, Francisco Granados.
Por outro lado, a Audiência Nacional confirmou ontem que o Partido Popular lucrou com as atividades de outra rede de corrupção: a Gurtel. De acordo com um auto emitido ontem pelo juíz Pablo Ruz, "há indícios" de que o partido atualmente no governo em Espanha "se aproveitou de fundos indiciariamente procedentes de delito". O magistrado rejeitou, por isso, o recurso apresentado pelo PP em que solicitava figurar como prejudicado na causa.