O ex-presidente tunisino Ben Ali e a sua mulher foram condenados esta segunda-feira, à revelia, a 35 anos de prisão e ao pagamento de multas no valor total de 45 milhões de euros, por desvio de fundos.
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As penas são meramente simbólicas, uma vez que Ben Ali e Leila Trabelsi estão refugiados na Arábia Saudita desde 14 de Janeiro.
O advogado libanês de Ben Ali considerou a sentença "uma anedota", adianta a agência AFP.
A condenação refere-se a um primeiro processo, no qual o presidente deposto e a mulher são acusados de desvio de verbas, depois de as autoridades terem descoberto grandes somas de dinheiro e jóias num palácio em Sidi Bou Said, nos arredores de Tunes.
Num segundo processo, Ben Ali é acusado da posse de armas e droga, encontradas noutro palácio.
Ben Ali e pessoas da sua confiança poderão ainda ser julgados por homicídio voluntário, tortura e traição, crimes alguns deles puníveis com pena de morte.
Zine El Abidine Ben Ali afirmou esta segunda-feira, em comunicado, que não "abandonou" o seu cargo nem "fugiu", mas foi obrigado a partir do país.
O ex-chefe de Estado alegou que o director-geral responsável pela sua segurança, Ali El Siriati, lhe disse a 14 de Janeiro que o queriam assassinar e que o palácio presidencial estava cercado.
Negou ainda ter dado ordem para disparar sobre os manifestantes na revolta popular que originou a sua saída do poder.
As organizações não governamentais Sherpa e Transparence International France estimam que a fortuna de Ben Ali e da sua família ronde os cinco mil milhões de dólares (3,4 mil milhões de euros).
O presidente deposto nega ter contas ou propriedades fora da Tunísia.