O procurador-geral do Egito vai levar a tribunal 75 pessoas pelo envolvimento nos distúrbios de que resultaram mais de 70 mortos, após o jogo do Al-Ahly, do português Manuel José, com o Al-Masry.
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Entre os réus encontram-se nove membros da polícia e três funcionários do clube Al-Masry, enquanto dois menores serão julgados num tribunal de menores, revela um comunicado da Procuradoria.
A 1 de fevereiro, adeptos do Al-Masry e do Al-Ahly envolveram-se em confronto após o apito final do jogo entre as duas equipas.
Os adeptos do Al-Masry invadiram o campo depois da vitória por 3-1 sobre a equipa orientada por Manuel José, lançaram pedras, garrafas e "very-lights" sobre os adeptos do Al-Ahly causando o caos e o pânico, com os jogadores e restante público a fugir em todas as direções.
Os atos de violência redundaram num dos piores incidentes da história do futebol, tendo surgido acusações de que as autoridades policiais e de segurança do estádio pouco fizeram para evitar os tumultos.
As mortes no estádio provocaram igualmente protestos violentos nas ruas do Cairo durante vários dias, nos quais vieram a morrer outras 16 pessoas.
Muitos são aqueles que acreditam que o motim no futebol foi orquestrado ou pela polícia ou por adeptos do presidente egípcio deposto Hosni Mubarak, um reflexo da desconfiança em relação aos militares que tomaram o poder após o derrube de Mubarak.