As autoridades sul-coreanas informaram, esta sexta-feira, que 91 doentes que tinham sido dados como recuperados da Covid-19 voltaram a ter testes positivos.
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Confrontada, a Organização Mundial da Saúde disse, este sábado, estar a averiguar estes casos, não adiantando, para já, o que poderá estar por detrás desta "tendência".
À agência Reuters, Jeong Eun-kyeong, diretor do Centro Coreano de Controlo e Prevenção de Doenças, explicou que o vírus pode ter sido "reativado" e não que os doentes foram reinfetados.
"Estamos em contacto próximo com os nossos especialistas clínicos e a trabalhar arduamente para obter mais informação acerca desses casos individuais. É importante garantir que, quando as amostras são recolhidas para testes em doentes suspeitos, os procedimentos são cumpridos de forma adequada", adiantou a organização à agência, sublinhando que as investigações epidemiológicas estão em curso.
Estes não são os primeiros casos de pessoas que, depois de se curarem da Covid-19, foram novamente infetadas. Já em fevereiro, de acordo com o "The Guardian", uma mulher no Japão testou positivo pela segunda vez após ter alta hospitalar. Mas os relatos multiplicam-se também na China.
Apesar dos investigadores considerarem improvável haver risco de reinfeção pelo novo coronavírus, ainda não é claro se a maioria das pessoas consegue desenvolver imunidade ao vírus que causa a Covid-19, depois de serem infetadas uma primeira vez.
Uma das explicações para esta incapacidade na aferição da imunidade poderá estar na pequena e insuficiente amostra de pessoas que foram novamente infetadas.
Além disso, carece de verificação se, afinal, estes casos tiveram uma recaída da primeira infeção ou até mesmo se em causa estará erro humano.
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De acordo com as orientações da OMS, um doente pode receber alta hospitalar se estiver clinicamente recuperado e após dois resultados negativos com 24 horas de diferença.
À semelhança de outros países, Portugal vai avançar para testes de imunidade, estando a ser estudado "como é que esses testes podem ser feitos e quando é a altura ideal", adiantou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
"A imunidade é uma coisa que leva tempo a instalar-se, ou seja, entre a data de infeção e a data em que o nosso corpo começa a produzir anticorpos visíveis há um tempo que temos de esperar. (...) Se for demasiado precoce, pode ainda não haver anticorpos", disse.
Para já, aquilo que é evidente é que serão necessárias mais investigações, estando agora a ser estudado pela comunidade científica internacional a metodologia e a data em que os estudos vão ser realizados para se ver a extensão da imunidade.