É um grito de Itália, que seguiu em forma de carta para Matteo Biffoni, presidente da Câmara de Prato (Toscânia) e para o jornal local "La Nazione", que serviu de amplificador.
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O que a autora da carta, Barbara Benassai, pede é uma migalha de humanidade: um teste ao novo coronavírus para o pai, de 83 anos, em isolamento obrigatório por ter estado em contacto com a mulher, vítima de Covid-19. A mulher morreu na passada sexta-feira, sozinha, na cama do hospital S. Stefano, Prato, Toscânia .
" O nosso pilar é uma vítima deste maldito vírus. A vítima número 18, para ser exata", escreve Barbara, que diz estar "muito desiludida" com o tratamento dado à família. Não pode agarrar a mão da mãe, nem dar-lhe uma sepultura digna. Agora só quer levar para casa o pai , que sofre de outras doenças e passa os dias a chorar, sozinho, noutra casa, sem que ninguém lhe possa dar apoio.
"Ninguém se interrogou sobre o que, neste momento, está por trás de uma morte deste género. Vou buscá-lo e levo-o para minha casa, mas com que segurança? Tenho dois filhos e tenho medo por eles".
E continua: " Pedi um teste ou uma análise ao sangue para o meu pai, que esteve em estreito contacto com a minha mãe", diz, acrescentando não ter respostas.
"Ninguém explica o que fazer nem como fazer, o que deveria acontecer numa civilização humana. Estou desiludida porque esperava um apoio humano e recebi apenas um saco com os pertences da minha mãe para abrir depois de 7 de maio porque para já ainda não é seguro. Que humanidade é esta?".
Segundo a imprensa italiana, o presidente da Câmara de Prato já entrou em contacto com a autora da carta e tenta agora que o idoso seja incluído numa lista para fazer o teste.