De Vilar de Santos a Ourense, emergem as diferentes posições políticas da população galega. BNG é favorito no reduto nacionalista, mas desvanece na azáfama citadina.
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Nas profundezas da Galiza, Vilar dos Santos é considerado um bastião nacionalista. Nas estradas pouco movimentadas, destacam-se os cartazes com o rosto de Ana Pontón e o Bloco Nacionalista Galego (BNG) - que governa o pequeno concelho há vários anos - é apontado por quase todos como a única força capaz de defender os interesses da região. Uma grande fatia da comunidade tem na agricultura o ganha-pão e percebe-se bem porquê: os campos verdejantes prevalecem na paisagem nua de arranha-céus e o comércio é praticamente inexistente. O bar do Centro Social, mesmo ao lado do edifício da autarquia local, é o ponto de encontro onde se debate de tudo um pouco.
O ritual de Antonio Mínguez passa por, todos os dias, ir cumprimentar os conterrâneos que conversam no café e só depois se dirige para o local de trabalho, a escassos metros. O “alcalde” (que em Portugal equivale a um presidente de Câmara), rosto do BNG no concelho onde residem cerca de 800 pessoas, acredita que as eleições autonómicas são a oportunidade da força nacionalista conseguir empurrar a Direita do poder. “É um partido da nossa terra, que está perto dos problemas das pessoas de cá”, sustenta o galego, que está no cargo desde o ano passado e tem como uma das bandeiras a preservação da língua galega como elemento de unidade da comunidade regional.