Cinco estudantes da Universidade Charles Stuart, na Austrália, vestiram-se como membros do Ku Klux Klan, enquanto o sexto aluno do grupo se vestiu de "blackface", numa festa temática esta quinta-feira.
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Os rapazes publicaram diversas fotografias nas redes sociais esta quinta-feira à noite, durante uma festa de final de semestre no Hotel Black Bwan em Wagga Wagga, conforme avança o "The Guardian".
As imagens mostram cinco rapazes em robe e capuz brancos e um rapaz com pinturas a preto, aludindo ao "blackface", fingindo ser um escravo de colheita de algodão. A descrição que acompanhava a imagem dizia "muito, muito politicamente incorreto".
O uso daqueles disfarces foi considerado racista, tendo em conta a natureza do grupo Ku Klux Klan e do Blackface. Ku Klux Klan é o nome de três movimentos distintos dos EUA que defendem correntes reacionárias e extremistas, tais como a supremacia branca, o nacionalismo branco, a anti-imigração, o nordicismo, o anticatolicismo e o antissemitismo, historicamente expressos através do terrorismo. Já o blackface surgiu no teatro dos EUA, em que os negros não podiam participar. Por isso, eram representados pelos brancos de uma forma caricata e exagerada, tendo como único objetivo ridicularizar os negros.
Uma publicação no Facebook classificava o evento como uma festa de fim de semestre com uma noite de abertura "politicamente incorreta". "Os exames acabaram de começar e já estamos ansiosos para o final do ano", podia ler-se. "Quinta-feira à noite [há] uma sessão temática 'politicamente incorreta' que começa às 19.30 horas. Usem um disfarce que, legalmente, vos tramaria".
Esta sexta-feira de manhã, várias fotografias foram apagadas das redes sociais. Os rapazes disfarçados desativaram ainda as contas do Instagram e Facebook.
Numa publicação no Facebook, que também foi excluída, o Hotel Black Swan disse que não tinha conhecimento prévio dos disfarces racistas. "Nós não sabíamos que esse comportamento estava a acontecer. Temos tolerância zero com esse tipo de comportamento", escreveram.
De acordo com Andrew Vann, vice-presidente da universidade, está aberta uma investigação relativa ao incidente. "A Universidade Charles Sturt não tolerará este comportamento ofensivo. Não reflete os valores universitários e condenamos veementemente estas ações", remata.