Nidhi Chaphekar é a figura principal da fotografia que se tornou símbolo dos atentados em Bruxelas.
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A fotografia da hospedeira indiana com o casaco rasgado tornou-se símbolo dos atentados de Bruxelas, na terça-feira de manhã, que mataram 31 pessoas e deixaram 300 feridas.
Nidhi Chaphekar, de 40 anos, tem dois filhos menores e estava a fazer escala na Bélgica, antes de seguir para Newark, no estado de Nova Jérsia, Estados Unidos, quando as duas explosões abalaram o aeroporto de Zaventem.
Segundo o jornal britânico "The Telegraph", aquela hospedeira da Jet Airways deitou os filhos, despediu-se do marido e deixou Bombaim, Índia, na segunda-feira à noite para apanhar o último voo noturno daquele dia para Bruxelas. Nidhi deveria regressar à Índia cinco dias depois, no domingo.
A expressão assustada, o casaco amarelo rasgado e a cara coberta de pó e de sangue fizeram de Nidhi a imagem icónica dos atentados de Bruxelas.
Mas se a fotografia representa o terror daquela manhã, para a família da indiana foi um alívio: Nidhi Chapekar estava viva.
Foi o marido, Rupesh, que viu a fotografia num jornal, informando de imediato toda a família, exceto os filhos (Vridhi, uma menina de 11 anos, e Vardhaan, um rapaz de 14), para não os "assustar", contou a cunhada.
"Claro que não fiquei feliz por ver a fotografia por ser a minha cunhada e estar em sofrimento, mas ao menos sei que está viva", contou a cunhada da hospedeira, Madhuri, ao "The Telegraph".
O irmão e o marido de Nidhi viajaram de imediato, com vistos de emergência, para Paris, para poderem confortar a indiana, que se encontra a receber tratamento no hospital em Bruxelas. Os filhos ficaram na Índia, à espera de notícias.
"Ainda ninguém conseguiu falar com ela. Eu só quero ouvir a sua voz", concluiu a cunhada.
A fotografia foi tirada pela jornalista Ketevan Kardava, correspondente em Bruxelas para a televisão pública da Geórgia, e dirigia-se a Genebra, na Suíça, para cobrir as conversações entre a Geórgia e a Rússia.
Quando se ouviram as duas explosões, Ketevan encontrava-se no aeroporto. "Queria correr para um lugar seguro, mas também queria tirar fotografias", disse à revista norte-americana "The Times". "Como jornalista, era meu dever tirar estas fotografias e mostrar ao mundo o que se estava a passar", concluiu.