Com quase 30 mil metros quadrados, a ilha de Little St. James foi comprada no final dos anos 90 pelo multimilionário Jeffrey Epstein. Era lá que mantinha residência oficial até ser detido por alegadamente ser o líder de uma rede de abuso sexual de menores. Na região, nas Ilhas Virgens Americanas, era apelidada como a "Ilha da Pedofilia" ou a "Ilha das Orgias".
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A seis de julho deste ano, o multimilionário Jeffrey Epstein foi detido num aeroporto de Nova Jérsia, sob a acusação de tráfico humano e abuso sexual de menores. De acordo com a procuradoria do distrito sul de Manhattan, Epstein criou, há mais de uma década, uma rede para abusar de dezenas de meninas na sua mansão de Nova Iorque, e numa outra situada na Florida.
O magnata já tinha enfrentado acusações similares na Florida, mas em 2008 alcançou um acordo extraoficial com a procuradoria para o fim da investigação, tendo cumprido 13 meses de prisão e alcançado um acordo económico com as vítimas.
O acordo foi supervisionado pelo então procurador de Miami, Alexander Acosta, que foi posteriormente nomeado secretário do Trabalho pelo Presidente dos EUA Donald Trump, e que foi forçado a renunciar do cargo devido às críticas emitidas na sequência da nova detenção de Epstein.
Apesar de não ser diretamente mencionada nesta acusação, o que se passava na ilha de que era proprietário levantava muitas suspeitas na região, onde os rumores de que se fazia acompanhar de menores circulavam entre os locais, tal como disseram à "Vanity Fair" dois trabalhadores do aeroporto local. Seria mesmo uma piada habitual perguntar quantas raparigas tinha ele levado no seu jato privado.
"Em várias ocasiões, vi Epstein sair do helicóptero, ficar na pista à vista e embarcar no seu jato particular com crianças do sexo feminino", diz um antigo controlador de tráfego aéreo, que pediu à revista norte-americana para permanecer anónimo.
Sobre o complexo construído na ilha, um pequeno edifício com uma cúpula dourada (destruída pelo mau tempo) sempre levantou algumas questões, com algumas teorias da conspiração a dizer que se tratava do local onde o milionário, já condenado por crimes sexuais, praticaria abusos, mas outros a garantirem que era um ginásio ou uma sala de música, com um piano, revelam meios de comunicação norte-americanos.
Suicídio confirmado
Os resultados da autópsia confirmaram que Epstein se suicidou por enforcamento na prisão, em Nova Iorque, anunciaram as autoridades norte-americanas.
Epstein tinha sido encontrado morto na sua cela do Metropolitan Correctional Center, em Manhattan, e os resultados da autópsia parecem afastar as hipóteses levantadas de que teria sido assassinado.
Após "um exame meticuloso de todas as informações, incluindo dos resultados completos da autópsia" o médico legista de Nova Iorque confirmou, num breve comunicado divulgado na sexta-feira, que a morte foi provocada "por suicídio usando o enforcamento".
Os advogados de defesa de Jeffrey Epstein, 66 anos, já anunciaram que não estão satisfeitos com estes resultados, e vão realizar um inquérito por conta própria às circunstâncias da morte do milionário envolvido num escândalo de dimensão nacional.
Fontes anónimas citadas pelo jornal norte-americano "New York Times" indicaram que o multimilionário, acusado de ter organizado uma vasta rede de exploração sexual de jovens, algumas delas com apenas 14 anos, terá aparentemente usado os seus lençóis para acabar com a própria vida.
No entanto, foram levantadas suspeitas de assassinato, já que a prisão federal de Manhattan é considerada uma das mais seguras dos Estados Unidos, e foram avançadas várias teorias da conspiração.
Algumas delas insinuam que terá sido morto para não falar sobre as numerosas personalidades que terão usado aquela rede de abusos sexuais de menores, alegadamente desde o príncipe André a Bill Clinton.