Ilhas do Pacífico e do Índico, enclave do Lesoto, Tajiquistão e ditaduras da Coreia do Norte e do Turquemenistão não reportam casos.
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O novo coronavírus espalhou-se pelo Mundo inteiro, como uma maré negra, mas deixou pequenos oásis sem infetados. Mais concretamente 13. Uns reais, outros talvez não. Uns a braços com outras maleitas, como tufões, mas sem Covid-19, outros a braços com dirigentes "iluminados".
Turquemenistão, Coreia do Norte, Lesoto, Comores, Samoa, Kiribati, Ilhas Marshall, Nauru, Tajiquistão, Ilhas Salomão, Vanuatu, Tonga e Micronésia são os fantásticos 13, numa conta que pode não ser real quando territórios como Turquemenistão ou a Coreia do Norte são governados por ditadores.
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Pyongyang afirma estar totalmente livre do vírus graças às rigorosas medidas de prevenção impostas por Kim Jong-un quando o surto ainda não tinha saído da vizinha China. A China que é o único país com o qual tem uma fronteira, digamos, "aberta"... Do seu lado, o presidente do Turquemenistão proibiu o uso da palavra "coronavírus" para evitar informações sobre a epidemia no país.
África foi o último continente onde aterrou o vírus, mas está perto de seguir os passos da Europa e da América: só Lesoto e Comores continuam sem casos.
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O primeiro, incrustado numa África do Sul com mais de 2700 casos, só conseguiu fazer 23 testes à população - deram negativo. Temendo um colapso nos hospitais, que só têm capacidade para cem doentes, o Governo já pediu aos seus cidadãos que se encontram na China ou na África do Sul para não regressarem a casa.
Quanto às Comores, incólumes até agora, têm o vírus a bater à porta depois de Mayotte, arquipélago pertencente a França a apenas 124 quilómetros de distância, confirmar mais de 254 casos.
A estranha decisão de Vanuatu
Uma situação similar é vivida na Oceania, onde a Austrália e a Nova Zelândia agregam a maioria dos casos do continente, mas o vírus tem conseguido espalhar-se por ilhas mais pequenas.
Quem mostra uma maior segurança é Samoa, que começou a reabrir comércios e restaurantes depois de os 32 testes feitos no território, mas examinados na Nova Zelândia devido à falta de laboratório próprio nas ilhas, darem negativo. O Governo aprendeu a lição com a epidemia de sarampo do ano passado: decretou o estado de emergência em março e apelou à população para viver de recursos tradicionais como a pesca e a caça, prevendo a queda do turismo que é o principal pilar da economia.
Enquanto se protegia do vírus, o arquipélago de Vanuatu foi violentamente varrido pelo ciclone Harold que, estima a ONU, pode ter deixado sem teto 30% a 35% da população. Num primeiro momento, o país recusou ajuda internacional com medo de receber o vírus. Acabou por aceitar material da China, Austrália e Nova Zelândia, mas impôs uma quarentena de várias dias à carga... O ciclone também chegou às Ilhas Salomão e Tonga, mas com danos menores.
Ainda no Pacífico, Kiribati e Nauru vivem uma situação mais tranquila. No primeiro, cumpriu-se mesmo a primeira ronda das presidenciais, ainda que com grande abstenção. E no segundo, a 4000 quilómetros da Austrália, o presidente jogou pelo seguro: decidiu encerrar-se na segurança das ilhas, longe do resto do continente.