O que seria uma noite de festa tornou-se num verdadeiro terror. Fábio Silva levou a filha de 13 anos ao concerto de Ariana Grande, em Manchester, e viveu de perto os momentos da tragédia que matou 22 pessoas na Arena de Manchester.
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Os dois estavam no lado oposto, a cerca de 50 metros, do local onde a bomba explodiu, no final do concerto. A filha, de apenas 13 anos, é fã da artista norte-americana e tinha pedido ao pai para ir com ela à Arena de Manchester.
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"Quando chegamos ao corredor ouvimos uma explosão e toda a gente ficou assustada", explica, ao JN, o português natural da ilha da Madeira. "Não queria acreditar no que estava acontecer. Pensei que tinha sido um balão ou problemas com a instalação sonora. Gritei para a minha filha começar a correr o mais rápido possível", refere.
"Não queria acreditar no que estava acontecer. Pensei que tinha sido um balão ou problemas com a instalação sonora"
A polícia chegou rapidamente ao local, juntamente com os bombeiros, e só nesse momento é que se aperceberam que algo de grave tinha acontecido. "Foi quando vimos os feridos a serem transportados para as ambulâncias que tivemos consciência de que algo de grave tinha acontecido. Havia pessoas a chorar, deitadas no chão e medo no rosto das pessoas", conta.
O português ainda ficou retido no parque de estacionamento cerca de 30 minutos antes de conseguir sair do local onde tudo aconteceu: "Tal como eu, havia muita gente que não sabia o que se tinha passado. Quando me apercebi de que se tratava de um atentado, liguei logo para os familiares para os tranquilizar".
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Poucos minutos depois do ataque, vários hotéis começaram a receber crianças que se perderam dois pais ou que foram sozinhas para o concerto. "Foi uma onda de solidariedade generalizada e isso ainda me impressiona", revela.
"Tenho pensado muito no que nos podia ter acontecido e nas famílias que ainda não sabem dos seus filhos"
No dia seguinte, Fábio tenta recuperar do susto e tem recebido várias chamadas de familiares preocupados com o seu estado. "Tenho pensado muito no que nos podia ter acontecido e nas famílias que ainda não sabem dos seus filhos", disse ao JN.