Vladimir Putin festejou mais um Dia da Rússia no 109.º dia de guerra na Ucrânia. Num discurso pouco surpreendente e muito patriota, o presidente russo destacou a importância da união do povo e voltou a comparar a invasão às conquistas de Pedro, o Grande, segundo ele responsável por criar uma Rússia "poderosa e invencível". É nesta guerra desigual que as tropas ucranianas continuam a defender-se, à medida que os combates se intensificam em Severodonestk. Eis o resumo dos principais acontecimentos deste domingo.
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- No feriado dedicado ao país "cheio de orgulho na sua história e fé no futuro", Putin dirigiu-se à nação para apelar à união do povo e exaltou a figura de Pedro, o Grande, por ter criado uma Rússia "poderosa e invencível". Numa clara comparação aos feitos do czar que governou a Rússia ao longo de 43 anos, entre 1682 a 1725, o presidente russo garante que nada mudou. "Parece que Pedro I lutou contra a Suécia e tirou alguma coisa a alguém. Ele não tirou nada. Ele recuperou (...) e aparentemente, também [nós] tivemos que nos recuperar e consolidar", disse ainda numa alusão à "operação militar especial" que decorre na Ucrânia.
- A Rússia está a "conquistar gradualmente território em Severodonetsk e arredores", de acordo com o Ministério da Defesa do Reino Unido. Hoje, os militares russos destruíram mais uma ponte que fazia a ligação entre Severodonetsk e Lysychansk. Segundo o governador de Lugansk, o objetivo é "cortar completamente" a possibilidade de retirar civis e a entrada de munições e reforços para as forças ucranianas que resistem na região. Uma outra ponte já tinha sido destruída a 22 de maio.
- A Ucrânia anunciou hoje que estabeleceu duas rotas, através da Polónia e da Roménia, para exportar cereais e evitar uma crise alimentar global. A Ucrânia é o quarto maior exportador mundial de cereais e diz que existem cerca de 30 milhões de toneladas de cereais armazenados em território ucraniano que está a tentar exportar por estrada, rio e comboio.
- O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico revelou que um antigo soldado britânico foi baleado e acabou por morrer em Severodonetsk. Jordan Gatley deixou o exército britânico em março e viajou para a Ucrânia. O pai, Dean Gatley, confirmou a morte do jovem no Faceboook.
- A Rússia disse ter destruído com mísseis "Kalibr" de longo alcance um armazém de sistemas de mísseis antitanque fornecidos a Kiev pelos Estados Unidos e por países europeus na região de Ternopil, no oeste da Ucrânia. O ataque fez 22 feridos, entre eles está uma criança de 12 anos, de acordo com as autoridades ucranianas.
- Bombardeamentos russos causaram um incêndio na fábrica de produtos químicos Azot, em Severodonetsk. As autoridades ucranianas estimam que estejam na fábrica, atualmente sob o controlo da Ucrânia, cerca de 800 civis que fugiram para os abrigos subterrâneos para se protegerem dos ataques.
- Feriado ficou também marcado pela reabertura dos antigos restaurantes McDonald's na Rússia, mas agora com outro nome. 15 restaurantes que pertenciam à cadeia de "fast-food" americana sob alçada de um novo dono - Alexander Govor - e um novo nome -"Vkusno i tochka" - em inglês "Tasty and that"s it", numa tradução livre em português "Saboroso e é isso".
- O líder norte-coreano Kim Jong-un manifestou, este domingo, "total apoio" ao presidente Vladimir Putin no Dia da Rússia. Sob a liderança de Putin, disse Kim, a Rússia "conseguiu ousadamente ultrapassar todo o tipo de desafios e dificuldades" enfrentados "na realização da justa causa da defesa da dignidade, da segurança e do direito ao desenvolvimento".