
Boris Johnson
UK Parliament/Roger Harris/REUTERS
O Parlamento britânico aprovou, por 328 votos contra 301, o debate e votação, esta terça-feira, de uma lei que prevê o pedido de adiamento da data de saída do Reino Unido da União Europeia caso não haja um acordo concluído sobre relações futuras com Bruxelas até 31 de outubro, prazo acertado pela anterior primeira-ministra com os 27 restantes membros do clube europeu.
É a primeira ida A votação parlamentar e a primeira derrota do novo primeiro-ministro, Boris Johnson, que perdeu a maioria absoluta que detinha em Westminster, depois de o deputado conservador Philip Lee debandar, em pleno discurso do chefe de Governo, para a bancada do Partido dos Liberais Democratas. Outros 21 conservadores votaram contra o Governo e junto com a iniciativa que junta a maioria da oposição.
O próximo passo deverá ser a aprovação da chamada lei Benn, apresentada pelo deputado trabalhista Hilary Benn, ao que se seguirá a proposta de eleições antecipadas por parte do próprio Johnson, como avisou esta noite, mal foi conhecido o resultado da votação. Apesar de a maioria da oposição defender essa ida às urnas, só a aprovará depois da aprovação definitiva da lei Benn - que ainda precisará de ir à Câmara dos Lordes antes de regressar à dos Comuns. Ora, esta tem até sexta-feira para isso, dado que Johnson determinou a suspensão do Parlamento de 9 de setembro a 14 de outubro, precisamente para evitar que os deputados tomem conta do processo do Brexit e travem a saída a 31 de outubro.
Nas eleições, o primeiro-ministro espera a eleição (ainda não foi eleito, apenas sucedeu a Theresa May dentro do partido e subiu, consequentemente, ao Governo) com um discurso apostando na saída a 31 de outubro custe o que custar, que pode agregar os eleitores do Partido do Brexit.
