O Papa Francisco, convalescente após uma grave pneumonia que colocou a sua vida em perigo, vai aparecer em público durante a tradicional bênção "urbi et orbi" na praça de São Pedro no domingo de Páscoa, 20 de abril, anunciou o Vaticano.
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A Santa Sé não explicou, no entanto, se o pontífice argentino, de 88 anos, poderá presidir as outras celebrações, uma hipótese pouco provável ao levar em consideração a agenda repleta de eventos da Semana Santa.
Após cinco semanas de hospitalização em Roma, Francisco regressou no domingo ao Vaticano, onde continua a sua recuperação de pelo menos dois meses, com terapias de reeducação motora e respiratória, e sem atividades públicas.
A saúde frágil do jesuíta, que foi visto debilitado e com voz trémula a sair do hospital Gemelli, provocou dúvidas entre os fiéis sobre a sua presença nas celebrações da Páscoa, a festa mais importante do ano para os católicos.
O calendário das celebrações litúrgicas para a Semana Santa, publicado nesta quinta-feira pelo Vaticano, inclui a bênção "urbi et orbi" (à cidade de Roma e ao Mundo), pronunciada pelo Papa na varanda da basílica de São Pedro no domingo de Páscoa.
A Santa Sé confirmou as celebrações da Páscoa, como a Via-Crucis no Coliseu de Roma, mas não revelou quem presidirá. O serviço de imprensa do Vaticano afirmou que a presença do Papa durante a Semana Santa seria decidida em função da evolução da sua saúde "nas próximas semanas".
O pontífice pode delegar a celebração de missas e cerimónias a outros prelados, que geralmente são cardeais, mas apenas pode pronunciar a bênção "urbi et orbi".
O Vaticano também manteve a data de canonização do beato italiano Carlo Acutis (1991-2006) para 27 de abril, mas sem confirmar se o Papa participará da cerimónia.
Com a hospitalização, durante a qual esteve à beira da morte em duas ocasiões, segundo os médicos, o líder espiritual de 1,4 mil milhões de católicos teve a crise mais grave de saúde desde a sua eleição em 2013.
"O Papa está na Santa Marta [residência onde vive], a descansar, sem ver ninguém; segundo o que sei neste momento não tem audiências, não recebe visitas", declarou nesta quinta-feira o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal italiano Pietro Parolin, citado pela agência de notícias Ansa. Segundo Parolin, o Papa "talvez" não possa voltar às atividades "como antes". "Devemos encontrar meios diferentes", rematou.