"Acampados" no Sol gritam "não nos representam" depois da jornada eleitoral espanhola

Milhares de "indignados" que continuam concentrados na Puerta del Sol de Madrid manifestaram-se alheios aos resultados das eleições regionais e municipais de domingo e voltaram a marcar, em silêncio, o fim da jornada eleitoral.
Sentados no chão e em silêncio, marcaram assim o fim do dia 22 de maio, dia de eleições, gritando depois em colectivo: "Que não, que não, que não nos representam".
Um grito horas depois de noutra 'votação' na Assembleia Popular da Puerta del Sol terem deliberado permanecer na praça pelo menos mais uma semana.
Os acampados, em menor número que no sábado, voltaram a expressar o seu mal-estar com o sistema democrático, apelando à luta "pela tolerância, humildade e a consciência colectiva".
Foi este o apelo feito pelo sistema sonoro que os manifestantes instalaram na praça, pouco antes da meia-noite.
Nesse momento os manifestantes sentaram-se e, em silêncio, agitaram os braços no ar, em mais um grito mudo, semelhante ao que tinham feito na noite de sexta-feira e sábado.
Depois de um minuto em silêncio, e já em pé, irromperam num aplauso ensurdecedor, repetindo as frases mais repetidas na última semana: "o povo unido jamais será vencido", "chamam-lhe democracia e não o é" ou "assim, assim, assim vota Madrid".
Na deliberações tomadas esta noite, os manifestantes decidiram, além de prolongar a concentração na Puerta del Sol até domingo, convocar para 28 de maio 600 reuniões em praças de bairros de toda a região madrilena.
Até lá continuarão a decorrer as assembleias sectoriais e os encontros mais alargados para concretizar propostas e acções para manter vivo o movimento.
