O acordo sobre a exportação de cereais ucranianos pelo mar Negro foi prolongado por dois meses, anunciou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
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"Foi decidido prolongar por mais dois meses o acordo dos cereais no mar Negro", firmado em julho de 2022, com mediação da ONU e da Turquia, declarou o chefe de Estado turco sobre este acordo relativo à Ucrânia e à Rússia.
O Kremlin tinha afirmado na terça-feira que ainda havia "muitas questões sem resposta" a resolver antes de prolongar o acordo, que expirava na quinta-feira à noite.
"Graças aos esforços do nosso país, ao apoio dos nossos amigos russos e à participação dos nossos amigos ucranianos, decidiu-se prolongar por mais dois meses o acordo do corredor de cereais no mar Negro", escreveu Erdogan na rede social Twitter, agradecendo o "sincero apoio" do presidente russo, Vladimir Putin, a "colaboração construtiva" do seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, e os "esforços" do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
O acordo, que permitiu exportar nos últimos dez meses mais de 30 milhões de toneladas de cereais ucranianos e aliviar a crise alimentar global causada pela guerra, tinha anteriormente sido prolongado por 60 dias, a 19 de março.
Em teoria, as renovações do pacto deveriam ser válidas por 120 dias, mas a Rússia disse que só aceitaria um prolongamento de 60 dias.
Moscovo afirma que, apesar de as exportações de cereais ucranianos terem sido retomadas, as exportações russas de fertilizantes e produtos alimentares continuam limitadas por obstáculos relacionados com as sanções impostas pelos países ocidentais após o início da guerra russa na Ucrânia, em fevereiro do ano passado.
Hoje, o presidente turco indicou ainda que se está a trabalhar para criar as condições para que o acordo se mantenha depois desta nova extensão de 60 dias, que termina a 17 de julho, e expressou esperança de alcançar um cessar-fogo duradouro entre a Rússia e a Ucrânia que leve a um acordo de paz.