A tensão está elevada no Cairo, um dia após a tragédia em Port Saïd. Adeptos do Al-Ahli usaram barreiras de metal e veículos para fechar a praça Tahrir. Outros marcharam desde a sede do clube até ao Ministério do Interior. Protestam contra a polícia, que acusam de incompetência e participação activa nos confrontos, nos quais 74 pessoas morreram.
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Esta quinta-feira, manifestantes, na sua maioria adeptos da claque Ultras do Al-Ahli, usaram barreiras de metal e veículos para fechar as entradas na praça Tahrir, no centro do Cairo. Outros, desfilaram em protesto entre a sede do clube e o Ministério do Interior, mas a polícia disparou gás lacrimogéneo para travar a marcha.
Segundo a BBC, os manifestantes estão revoltados e acusam a polícia de incompetência e de ter tido um papel activo na provocação dos confrontos. "As pessoas estão com muita raiva, dava para ver a raiva nos seus olhos", disse um adepto do Al-Ahli.
O parlamento abriu com um minuto de silêncio. O porta-voz Mohamed Saad al-Katatni garantiu que os confrontos foram "trabalho do diabo" e que a revolução egípcia estava "em perigo".
O líder do Exército, Hussein Tantawi, deslocou-se à base aérea nos arredores do Cairo para onde foram evacuados os jogadores do Al-Ahli num avião militar desde Port Said, após o jogo e os confrontos.
"Isto não vai abalar o Egipto... Estes incidentes acontecem em qualquer lugar do mundo", desdramatizou Hussein Tantawi, segundo a agência de notícias Associated Press.
Foram decretados três dias de luto nacional no Egipto depois da invasão de campo, na quarta-feira, durante o jogo entre as equipas Al-Masry e Al-Ahli.
O Ministério Público egípcio ordenou o inquérito a 52 pessoas detidas depois dos confrontos em Port Said, assim como ao governador e ao chefe da segurança da cidade, entretanto já demitido.
Os funerais das 74 vítimas tinham início previsto, esta quinta-feira, após as orações do meio-dia em Port Said.
