A presidente da Comissão Europeia disse, esta terça-feira, que a adesão de Montenegro à União Europeia (UE) "está verdadeiramente ao seu alcance" se o país fizer as reformas exigidas por Bruxelas, nomeadamente em matéria de Estado de direito.
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"Se o Montenegro continuar neste caminho, com esta velocidade e determinação - e não tenho dúvidas disso -, o objetivo de aderir à nossa União estará verdadeiramente ao seu alcance", afirmou Ursula von der Leyen.
Segundo a líder do executivo comunitário, "este é o momento de avançar a toda a velocidade com as reformas em matéria de Estado de direito e transparência nos contratos públicos".
O Montenegro apresentou o seu pedido de adesão à UE em dezembro de 2008, tendo-lhe sido concedido o estatuto de país candidato em dezembro de 2010.
As negociações começaram em junho de 2012 e, até à data, foram abertos 33 capítulos de negociação.
"Houve grandes progressos em muitas áreas, como a modernização dos sistemas judiciais. Várias leis importantes foram adotadas antes do verão, incluindo reformas eleitorais significativas em áreas como o financiamento político, mas os meses e anos que se avizinham serão ainda mais decisivos", adiantou Ursula von der Leyen.
A presidente da Comissão Europeia começou na segunda-feira na Albânia a sua visita anual aos Balcãs Ocidentais, prometendo apoio em cada passo do caminho na adesão à UE.
Desde 2021 que a presidente da Comissão Europeia realiza visitas anuais aos países dos Balcãs Ocidentais - como Albânia, Sérvia, Montenegro, Macedónia do Norte, Bósnia-Herzegovina e Kosovo -, que aguardam há anos pela adesão à União Europeia e veem com frustração o avanço rápido da candidatura da Ucrânia e da Moldova.
Apesar de continuarem a reformar áreas como o Estado de direito, combate à corrupção e alinhamento com a política externa europeia, estes países sentem-se injustiçados ao entender que o seu esforço é reconhecido com lentidão e excessivas exigências.
Esta perceção de porta entreaberta alimenta o ceticismo pró-UE e fortalece, em alguns casos, a influência russa e chinesa na região, num momento em que Bruxelas tenta reanimar o processo de alargamento com promessas de integração gradual.
A presidente da Comissão Europeia desloca-se hoje à Bósnia-Herzegovina e na quarta-feira à Sérvia, Kosovo e Macedónia do Norte.