O candidato a primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe Patrice Trovoada manifestou-se confiante de que o seu partido vai ter maioria absoluta nas legislativas deste domingo, mas também preocupado com o "banho escandaloso" por parte dos seus adversários.
Corpo do artigo
"Temos uma situação em que os partidos do arco do poder levantaram dois milhões de dólares em 'cash' há dois dias, seria um mês de salário da função pública e que vai ser usado para a compra de consciência, achamos escandaloso", disse o líder da Ação Democrática Independente (ADI) antes de votar em Guadalupe, distrito de Lobata.
O candidato referiu ainda que o seu partido detetou que a organização "está com muitas falhas", como "urnas que não são seladas e duplicação de cadernos eleitorais".
No entanto, disse que continua a acreditar na vitória, "na consciência dos eleitores de que um voto que vale é sempre um voto livre" e na maioria absoluta pelas "manifestações da população às propostas do partido".
Questionado sobre os rumores postos a circular na noite passada de que pretende abandonar o país ainda hoje, Patrice Trovoada disse que "alguns partidos fazem política dessa maneira".
"Os são-tomenses querem respostas concretas para o emprego, para a juventude e não uma política feita na lama", disse, garantindo que vai esperar os resultados das eleições na sede do partido.
Patrice Trovoada passou dois anos fora do país desde que foi afastado do poder, em dezembro de 2012, após uma moção de censura aprovada no parlamento.
Sobre se já pensou na formação do Governo, o candidato referiu que ainda "é muito cedo", reiterando que hoje está mais preocupado que o processo eleitoral "acabe da melhor maneira, de uma maneira livre, transparente e que todos os são-tomenses possam votar".
Doze partidos participam na corrida eleitoral, que permitirá escolher os deputados que ocuparão os 55 lugares na Assembleia Nacional, após a deposição, em 2012, do Governo de Patrice Trovoada, eleito dois anos antes.
Os três partidos da oposição na Assembleia Nacional uniram-se para aprovar a moção de censura que faria cair o governo de Patrice Trovoada, da ADI, tendo depois o Presidente da República, Manuel Pinto da Costa, indicado Gabriel Costa, proposto pelo MLSTP-PSD, o segundo partido mais votado, para liderar um novo executivo.
Agora, os três partidos que suportam o Governo concorrem cada um por si. O MLSTP-PSD tem como cabeça-de-lista Osvaldo Vaz, o Partido da Convergência Democrática candidata António Dias e o Movimento Democrático Força da Mudança-Partido Liberal avança com o antigo Presidente da República Fradique de Menezes, enquanto Gabriel Costa concorre pela União para a Democracia e Desenvolvimento, um partido extraparlamentar.
Apesar de se candidatarem em separado, os três partidos que sustentam o Governo terão já um acordo assinado para manter a coligação após as eleições, mas este só foi assumido ainda por Fradique de Menezes.
Nas últimas eleições legislativas, em 2010, a ADI conseguiu eleger 26 deputados, o MLSTP-PSD 21, o PCD sete e o MDFM um.
Em simultâneo com as legislativas, decorrem as autárquicas e a regional.