Um adolescente foi detido e acusado de "facilitar a tentativa de entrada ilegal no Reino Unido" de pessoas, no âmbito da investigação do naufrágio no Canal da Mancha que na quarta-feira fez quatro mortos.
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Identificado como Ibrahima Bah, o jovem de 19 anos ficará em prisão preventiva até comparecer, na segunda-feira, no Tribunal de Magistrados de Folkestone, acrescentou a mesma fonte.
Na quarta-feira, uma grande operação de resgate na costa de Kent, no Canal da Mancha (que liga França ao Reino Unido), foi iniciada após relatos de um barco em perigo, envolvendo esforços da Marinha Real inglesa, Marinha francesa, Guarda Costeira e polícia, mas também de embarcações de pesca que se encontravam na área.
Foi possível resgatar 39 pessoas, mas foram registadas quatro mortes. As circunstâncias em que as mortes ocorreram estão a ser investigadas por detetives da Diretoria de Crimes Graves de Kent e Essex, auxiliados pela Agência Nacional de Crimes, declarou a polícia de Kent.
As autoridades prosseguem o trabalho de identificação das vítimas, bem como de localização dos familiares mais próximos, acrescentou a mesma fonte. "Na sexta-feira, um homem relacionado com o naufrágio foi detido", revelou a autoridade.
"O Ministério Público inglês [Crown Prosecution Service na versão original] acusa Ibrahima Bah de conscientemente facilitar a tentativa de chegada ao Reino Unido de pessoas que ele conhecia ou tinha motivos razoáveis para acreditar que eram requerentes de asilo", apontou ainda.
Simon Ling, da instituição nacional de salva-vidas (RNLI, na sigla em inglês), descreveu como "angustiantes" as circunstâncias em que encontraram as pessoas que estavam na embarcação em perigo.
"Os barcos de pesca já estavam no local, mas é justo dizer que as tripulações estavam numa situação bastante stressante e angustiante com pessoas na água em vários níveis de desespero", relatou.
O acidente foi "altamente traumático" para todos os envolvidos e as tripulações dos botes salva-vidas tiveram que tirar os resgatados "da água o mais rápido possível" e "lidar com vários estados, incluindo muito frio e hipotermia", disse.
E acrescentou: "Antes de qualquer investigação ou revisão do que aconteceu é justo dizer que os barcos de pesca e a ação da sua tripulação, sem dúvida, salvaram inúmeras vidas, e o RNLI gostaria muito de manifestar esse reconhecimento".