O advogado do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, Thierry Herzog, foi acusado num inquérito aberto nomeadamente por tráfico de influências, anunciou o advogado, Paul-Albert Iweins.
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O antigo chefe de Estado, que continua a ser ouvido pelos procuradores, poderá também ser acusado.
Sarkozy foi colocado sob custódia, uma medida inédita para um antigo presidente, o qual fica sujeito a um período de interrogatório que poderá ir até 48 horas.
Herzog "foi acusado por factos que não são apoiados em qualquer elemento material", declarou à imprensa Iweins, sem explicar as acusações que pesam sobre o advogado de Sarkozy.
"Estes factos são apenas sustentados por escutas que contestamos e cuja legalidade será fortemente questionada", acrescentou.
O procurador-geral do Supremo Tribunal, Gilbert Azibert, também foi acusado, nomeadamente por tráfico de influências, disse à agência noticiosa francesa AFP o advogado José Allegrini.
Os juízes de instrução procuram esclarecer se o antigo chefe de Estado francês (2007-2012) tentou obter informações, sob segredo de justiça, junto de Azibert sobre uma decisão judiciária relativa a Sarkozy, em troca da promessa de um cargo de prestígio no Mónaco.
Outra suspeita que pesa sobre Sarkozy é a de ter sido informado ilicitamente, pelos procuradores, de que fora colocado sob escuta no caso relativo a um financiamento recebido do antigo líder líbio Muammar Khadafi para a sua campanha eleitoral vitoriosa de 2007.
No chamado "caso das escutas", investiga-se ainda se o político conservador recebeu financiamento ilegal para a campanha presidencial da multimilionária herdeira do grupo de cosméticos L'Oréal, Liliane Bettencourt, e do deposto líder líbio Muamar Khadafi.
A investigação estava relacionada, na origem, com as investigações abertas em abril de 2013 para determinar se parte da campanha eleitoral de 2007 foi financiada pelo regime líbio.
As escutas a que foi submetido Sarkozy posteriormente conduziram, em fevereiro passado, à abertura de uma investigação judicial pelas acusações de "violação do sigilo da investigação" e "tráfico de influências".