A imagem que comoveu a Galiza após os incêndios da semana passada, de uma cadela com o cadáver da cria na boca, tem final outra história.
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O fotógrafo Salvador Sas, da agência EFE, captou o momento em que uma cadela carregava, na boca, o cadáver calcinado da cria, durante o incêndio florestal que lavrou em Chandebrito, no município de Nigrán, em Pontevedra.
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O impacto da imagem comoveu a Galiza e foi replicada nas redes sociais. Mas, este domingo, o "El País" revela aquela que chama a verdadeira história desta fotografia.
Afinal, o animal em causa é um cão e chama-se Jacki. Contaram os habitantes de Fragoselo que, quando as chamas de 30 metros de altura deixaram a paisagem em cinzas, Jacki andou um par de dias numa "correria" que deixou todos surpreendidos. Corria pelo terreno ainda quente e fumegante e regressava com cadáveres de animais carbonizados, que enterrava num terreno junto à igreja da localidade. Uma parcela de terra que a fúria do fogo poupou. Jacki encontrou ali terra, e não cinzas, para enterrar os animais.
A imagem captada na terça-feira de manhã comoveu todos, pois o cadáver do animal que transportava na boca parecia um pedaço de madeira carbonizado. Vários habitantes locais garantiam que era "uma cria de cão". "Era uma cria sua, porque vinha do sítio onde tinha uma ninhada com uma cadela e conseguiu salvar um outro cachorro", disse outro.
E a "missão" de Jacki não se restringiu a Fragoselo, uma vez que a fotografia foi captada na localidade limítrofe de Nigrán, onde um grupo de jornalistas aguardava a visita do secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, no âmbito do incêndio em Chandebrito, onde morreram duas habitantes, de 86 e 78 anos, quando fugiam numa viatura.