A jovem alemã que sobreviveu a 11 noites na floresta australiana descreveu, esta segunda-feira, como se perdeu e ficou confusa depois de ter batido com o carro.
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Carolina Wilga, de 26 anos, foi encontrada numa estrada pouco utilizada na Austrália Ocidental no final da semana passada, a quilómetros do veículo, depois de ter desaparecido numa zona remota de floresta nativa. As autoridades encontraram a carrinha abandonada presa numa área densa de floresta nativa a norte da cidade de Beacon, com placas de plástico laranja colocadas sob as rodas traseiras.
"Algumas pessoas podem perguntar-se porque é que deixei o meu carro, mesmo tendo lá água, comida e roupa", disse Wilga, num comunicado divulgado pela Polícia da Austrália Ocidental. "A resposta é: perdi o controlo do carro e desci uma ladeira. No acidente, bati com força com a cabeça. Como resultado do acidente, deixei o meu carro em estado de confusão e perdi-me".
Wilga agradeceu a todos os que ajudaram a encontrá-la. "Pensar em todas as pessoas que acreditaram em mim, procuraram-me e continuaram a torcer por mim deu-me forças para seguir em frente nos meus momentos mais sombrios", disse. "Por isso, quero agradecer do fundo do coração".
Com fome, sede e coberta de picadas de insetos, Wilga foi levada de helicóptero para um hospital de Perth para tratamento, depois de ter sido encontrada na sexta-feira. Segundo a polícia, a jovem tinha perdido a esperança de ser resgatada e teve sorte em ter sobrevivido. "Ela passou 11 noites exposta aos elementos e sobreviveu a consumir o mínimo de alimentos que tinha na sua posse e a beber água da chuva e de poças de água", disse a polícia da Austrália Ocidental na semana passada. "Procurou abrigo à noite sempre que possível, inclusive numa gruta."
Quando foi encontrada, Wilga sofria de exaustão, desidratação, queimaduras solares, "extensas picadas de insetos" e uma lesão no pé magoado.
A condutora que a avistou, Tania Henley, contou à estação pública ABC que viu Wilga a acenar com as mãos na berma da estrada. Parecia estar em "estado frágil", picada por mosquitos e a sofrer de frio. "Tudo neste mato é muito espinhoso. Simplesmente não consigo acreditar que ela tenha sobrevivido. Estava descalça, com o pé enfaixado", disse Henley.
Wilga tinha sido vista pela última vez a 29 de junho, a chegar de carrinha a um armazém em Beacon.