Cientistas da Universidade de Muenster, na Alemanha, desenvolveram um teste para detectar rapidamente a bactéria Escherichia coli (EHEC), que se mostra imune a antibióticos e já matou 14 pessoas e contaminou mais de 1400 na Alemanha, em duas semanas.
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A descoberta, de acordo com os autores, é fundamental para o trabalho dos laboratórios, dado que as autoridades sanitárias ainda não conseguiram determinar com exactidão a origem da bactéria, embora esta tenha sido encontrada em pepinos importados de Espanha.
Através de um processo biológico-molecular, é possível detectar pequenas quantidades da EHEC, no espaço de poucas horas, anunciou a Universidade de Muenster.
Através do teste, são multiplicados genes específicos da bactéria, comprovando-se assim a existência ou não em verduras, por exemplo.
Concretamente, trata-se de multiplicar quatro genes que, combinados, estão presentes na bactéria em questão, que provoca graves danos intestinais, renais e do sistema nervoso central, e pode causar a morte.
As autoridades sanitárias alemãs advertiram que o fim da epidemia não está à vista, e que esta poderá alastrar a outros pontos do país, depois de ter estado concentrada no Norte da Alemanha.
Na segunda-feira, foram registadas as duas primeiras mortes por contaminação com a variante mais perigosa da EHEC, o Síndrome Hemolítico Urémico (HUS), na Renânia, na parte oeste, depois de todos os óbitos anteriores se terem verificado no norte do país.
Após uma reunião no Instituto Roberto Koch, em Berlim, responsável pelo combate a epidemias, o ministro da Saúde, Daniel Bahr, mostrou-se preocupado, afirmando que "lamentavelmente, há que contar com um número crescente de contaminações".
O presidente do RKI, Reinhard Burger, advertiu que "são prováveis mais mortes".
Entre mais de 1400 casos já confirmados e suspeitas registadas pelas autoridades médicas, há 353 casos de pacientes com HUS, de acordo com um balanço feito na segunda-feira pelo RKI.
Em Hamburgo, onde a infecção se propagou primeiro, no início da semana só foi registado um quarto dos casos que tinham sido divulgados nos dias anteriores, o que levou a senadora local para a Saúde Pública, Cornelia Prüfer-Storcks, a dizer que a epidemia pode já ter atingido o auge e ter começado a recuar.
