Com os principais partidos a perderem apoio e a extrema-direita da AfD a ganhar terreno nas sondagens, é previsível que o vencedor tenha que se coligar para garantir maioria.
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Após o colapso da coligação tripartida do chanceler Olaf Scholz, a Alemanha vai hoje a votos para eleições legislativas antecipadas. Segundo as últimas sondagens, os democratas-cristãos (CDU/CSU) congregam 29.4% das intenções de voto, uma vantagem de nove pontos percentuais em relação à Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, que soma 20.4%, tendo conquistado 3,7% pontos desde junho de 2024. Já os sociais-democratas do SPD, de centro-esquerda, que lideram o Bundestag (Parlamento alemão), com 15,4%, perdem, nas previsões, 12,3 pontos desde a última eleição federal, encontrando-se em terceiro lugar.
Com os dois partidos centristas a perder apoio nos últimos anos, são a AfD e os Verdes quem têm vindo a conquistar terreno num eleitorado cada vez mais polarizado, a reboque de uma Alemanha afundada na crise económica. Cenário que aponta para um previsível e intrincado processo para estruturar um Governo de coligação, que assegure a necessária maioria parlamentar. Sendo altamente provável que tal tarefa caberá a Friedrich Merz, líder da oposição conservadora CDU/CSU, que apresenta larga vantagem nas sondagens.