Presidente norte-americano está a deixar aliados entregues à sua sorte. Só uma Alemanha forte pode apoiar Ucrânia e aguentar guerra tarifária.
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Se, por absurdo, a Alemanha fizesse um “germexit” (como o brexit), a União Europeia (UE) perderia de uma vez só quase 25% do seu PIB e ficaria sem o maior contribuinte líquido para o orçamento comunitário (dá mais do que recebe em fundos). “Estamos todos de acordo: uma Europa forte depende muito de uma Alemanha mais confiante”, sublinha Paulo Azevedo, vice-diretor-executivo da Câmara de Comércio e Indústria, Luso-Alemã.
A indústria de armamento e a defesa europeia em geral precisam de um reforço, quer ao nível de cada nação quer no plano da NATO. A chegada de Donald Trump ao poder, “o novo xerife na cidade”, como sublinhou o seu vice JD Vance, deixa a UE entregue a si própria. O apoio financeiro e militar à Ucrânia, que exigirá mais dos europeus, e a ameaça dos EUA de iniciar uma guerra de tarifas são desafios que só serão superados se a maior economia do continente estiver bem. Os dois últimos anos foram de recessão, o que só fomentou o populismo.