Amanda Knox, a jovem norte-americana acusada e condenada a 26 anos de prisão pela morte da colega de quarto, em Perugia, na Itália, foi esta segunda-feira a tribunal para ouvir a decisão sobre o recurso da sentença. "Sou a mesma pessoa de há quatro anos. Não matei. Não violei. Não estive ali", afirmou a estudante na audiência desta manhã.
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Com mais de 400 jornalistas a assistir ao julgamento, Knox declarou-se inocente e descrente na justiça. A jovem qualificou as acusações que lhe dirigem de "completamente injustas".
"Estou a pagar com a minha vida um crime que não cometi (...) Perdi uma amiga da maneira mais brutal e inexplicável. A minha fé absoluta na polícia foi atraiçoada. Tenho que enfrentar uma injustiça e umas acusações sem fundamento", declarou Amanda Knox, durante a audiência para o recurso da sentença.
A estudante americana foi condenada em Dezembro de 2009, em primeira instância, a 26 anos de prisão pelo homicídio da britânica Meredith Kercher. Presa há quatro anos, Knox vai, esta segunda-feira, saber a decisão do recurso que apresentou.
A deliberação do tribunal de recurso é aguardada com grande expectativa, para esta tarde, e poderá representar o regresso a casa da estudante norte-americana, de 24 anos. Segundo o "The Guardian", Amanda tem já um jacto particular á espera, para deixar Itália caso seja ilibada.
Se o tribunal de apelo decidir inverter o veredicto inicial, os procuradores italianos já indicaram que vão apresentar um novo recurso, mas Amanda Knox estará livre para abandonar o país. Caso a instância confirme a condenação, a jovem poderá ainda recorrer ao Tribunal Supremo.
Meredith Kercher, 21 anos, estudante da Universidade de Leeds, tinha ido estudar para Perugia, tal como Amanda Knox, num programa de intercâmbio.
A 2 de Novembro de 2007, Kercher foi encontrada despida e degolada, num mar de sangue, na casa que partilhava com a norte-americana.
A acusação de Amanda Knox alegou, na altura, que o homicídio foi resultado de uma noite de jogos sexuais e de muitas drogas. O ex-namorado da jovem norte-americana, Raffaele Sollecito, 27 anos, foi igualmente condenado a 25 anos de prisão.
Após a condenação em 2009, Knox, Sollecito e o Ministério Público italiano decidiram recorrer da sentença, com a acusação a pedir prisão perpétua para a estudante norte-americana.
Rudy Guede, filho de imigrantes originários da Costa do Marfim, é outro elemento do triângulo envolvido na morte de Meredith Kercher. Foi também condenado, em 2008, a 30 anos de prisão por homicídio e por agressão sexual. O jovem, actualmente com 24 anos, fugiu de Itália após a morte de Meredith, tendo sido depois detido na Alemanha e extraditado.
Após um apelo e um pedido de desculpa à família da vítima, a condenação de Guede foi reduzida para 16 anos, pena que está a cumprir actualmente.