Americano espancado até à morte na Cisjordânia. EUA exige que Israel investigue assassinato
O embaixador dos Estados Unidos em Israel exigiu, na terça-feira, uma investigação sobre a morte por espancamento de um palestino-americano na Cisjordânia ocupada na semana passada, numa rara pressão pública do governo do presidente Donald Trump sobre o seu aliado.
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Segundo a Autoridade Palestiniana, o jovem Saif al Din Musalat morreu espancado por colonos israelitas.
"Pedi a Israel que investigue energicamente o assassinato de Saif Mussallet, cidadão americano que estava a visitar a sua família em Sinjil quando foi espancado até a morte", escreveu no X (antigo Twitter) o embaixador Mike Huckabee, que é defensor dos assentamentos judaicos nos territórios palestinos, usando uma grafia alternativa do nome da vítima. "Deve haver responsabilização por esse ato criminoso e terrorista. Saif tinha apenas 20 anos".
O Departamento de Estado confirmou no sábado que um cidadão americano morreu na Cisjordânia e encaminhou qualquer pergunta relacionada com a investigação ao "governo israelita".
Musalat, que nasceu e cresceu no sul da Florida e administrava uma gelataria em Tampa, tinha planeado passar o verão numa área da Cisjordânia conhecida entre os residentes da diáspora palestiniana na América do Norte.
Segundo o Ministério da Saúde palestiniano, colonos israelitas mataram-no à pancada na sexta-feira, numa altura de aumento da violência na Cisjordânia, paralelo à ofensiva israelita em Gaza.
A família de Musalat afirmou que estava "a proteger as terras da família contra colonos que tentavam roubá-las" e que estes bloquearam uma ambulância, motivo pelo qual morreu antes de chegar a um hospital.
Trump tem apoiado incondicionalmente Israel. Durante o seu primeiro mandato, os Estados Unidos afastaram-se do consenso internacional de que os assentamentos em terras ocupadas eram ilegais.
A violência aumentou na Cisjordânia — território ocupado por Israel desde 1967 — desde o início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque do movimento islamista palestino Hamas em solo israelita em 7 de outubro de 2023.